As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024-2025 da Embrapa enfrentam um momento difícil após 16 rodadas que resultaram em impasse. A proposta de reajuste salarial de 2,58% apresentada pela empresa foi rejeitada pelo SINPAF, por não cobrir sequer a inflação e ignorar demandas sociais como o combate ao assédio moral e sexual, o adicional de escolaridade para técnicos e assistentes, e auxílio a pais de filhos com deficiência. A atitude da Embrapa de encerrar unilateralmente as negociações em setembro provocou indignação na categoria, que considera essa postura um rompimento com o histórico de diálogo nas negociações coletivas.

No dia 16 de outubro, uma paralisação nacional reuniu trabalhadores de 43 unidades da Embrapa, marcando um dos maiores atos recentes da categoria. A mobilização coincidiu com o Dia Mundial da Alimentação, em que ações simbólicas, como a distribuição de frutas e alimentos, destacaram a relevância da Embrapa na segurança alimentar e na pesquisa agropecuária. A adesão maciça e a ampla cobertura da mídia reforçaram a pressão para que a empresa retomasse as negociações de maneira mais justa.

Diante da falta de avanços concretos mesmo após a reabertura do diálogo em outubro, o SINPAF decidiu recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para mediar o impasse. Protocolado em 11 de novembro, o pedido de mediação reflete a necessidade de equilibrar as negociações e assegurar direitos trabalhistas. O sindicato ressalta que a postura inflexível da Embrapa, que não apresentou novas propostas desde o encerramento das rodadas iniciais, ignora reivindicações prioritárias que afetam diretamente a qualidade de vida dos empregados.

Agora, as negociações avançam para um ambiente mediado, onde o SINPAF busca garantir reajustes salariais que reparem perdas acumuladas desde 2018, além de cláusulas sociais fundamentais. A categoria segue mobilizada, demonstrando que sua unidade e resistência são fundamentais para pressionar a empresa a atender às demandas por valorização e dignidade no trabalho.

Cláusulas sociais prioritárias paras os/as trabalhadores/as da Embrapa

O SINPAF reitera a importância de garantir avanços em cláusulas sociais essenciais para a categoria, destacando as seguintes:

• Cláusula 3.4 – Fornecimento de Café da Manhã
• Cláusula 3.8 – Adicional de Elevação da Escolaridade
• Cláusula 3.9 – Progressão de Técnico “B” para Técnico “A”
• Cláusula 3.13 – Auxílio para Empregados com Filhos ou Dependentes com Deficiência, Transtorno do Espectro Autista, Doença Crônica, Degenerativa ou Câncer
• Cláusula 4.1 – Serviço de Transporte
• Cláusula 5.5 – Reconhecimento da Elevação de Escolaridade
• Cláusula 5.10 – Assédio Moral e Sexual
• Cláusula 7.2 – Licença Maternidade
• Cláusula 7.3 – Licença Paternidade
• Cláusula 8.9 – Programa de Saúde
• Cláusula 8.11 – Proteção  aos  Trabalhadores  Idosos
• 8.12 –Jornada Especial para Empregados com Deficiência, inclusive transtorno do espectro autista, ou doença crônica, degenerativa ou câncer.
• Cláusula 9.4 – Liberação para Atividades Sindicais
• Cláusula 9.10 – Dispensa Mensal
• Cláusula 10.1 – Créditos em Publicações
• Cláusula 10.2 – Registro de Frequência
• Cláusula 10.9 – Teletrabalho
• Cláusula 10.14 – Taxa de Contribuição Negocial

Comparativo sobre Salários

Comparativo sobre benefícios

Dados da Pesquisa do Dieese, veja abaixo os gráficos da pesquisa.