Depois de 13 rodadas de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho da Embrapa 2023-2024, a empresa apresentou o índice de 3,45% de reajuste para o salário e para os auxílios alimentação/refeição, creche/pré-escola e dependentes com deficiência. A Comissão Nacional de Negociação do SINPAF rejeitou a proposta por entender que ela desvaloriza os trabalhadores e trabalhadoras e não recompõe as perdas acumuladas.

O índice de 3,45% não restitui sequer as perdas salariais do último ano que são de 3,83% pelo INPC. A categoria luta por um reajuste necessário de 16,49% (que corresponde as perdas acumuladas desde o ano de 2018). 

Com relação aos auxílios alimentação, creche e filhos ou dependentes com deficiência, o índice de recomposição solicitados pela categoria é de 37,55%. Neste ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) permite reajuste para os auxílios dos servidores públicos. No caso dos empregados e empregadas da Embrapa, os auxílios não são reajustados desde 2017. Confira o quadro das reivindicações dos trabalhadores no final da notícia.

O diretor de assuntos jurídicos e previdenciários do SINPAF, Adilson Ferreira da Mota, lembrou que, em março deste ano, a empresa fez uma promessa. “No 13 dia de março, durante a reunião bilateral de mediação entre as partes, a Embrapa se comprometeu a trazer para negociação deste ano índices de recomposição que restaurassem as perdas salariais e de benefícios em períodos anteriores. Agora apresentou esse índice,” declarou Adilson.  

O presidente do SINPAF, Marcus Vinícius Sidoruk Vidal, criticou a proposta da empresa. “Esse índice corresponde a 90% do INPC. Temos acompanhado outras negociações e esse valor está longe de ser referência”, criticou Marcus Vinícius.

Sobre os auxílios, o presidente lembrou que a inflação dos alimentos é muito alta e tem tirado o poder de compra dos empregados e empregadas. “ Além de termos um índice ruim nos salários, a empresa também não compensou com uma proposta melhor para os auxílios. Temos perdas desde 2017”, completou o presidente.

Outras Cláusulas

O dia também foi de poucos avanços nas cláusulas sociais. Na parte da tarde, as comissões de negociação do SINPAF e da empresa trataram de itens que haviam sido suspensos. Temas como Equipamento de Proteção Individual (EPI), qualidade de vida em campos experimentais e proteção da saúde do trabalhador foram discutidos entre as partes.

As comissões voltam para as tratativas a partir das 9h30 desta quarta-feira.