SINPAF exige respeito e resposta da Embrapa e do Governo para o ACT
Por: Camila Bordinha e Gisliene Hesse
Os ânimos ficaram acirrados durante a negociação coletiva do ACT Embrapa 2023-2024 que ocorreu nesta quarta-feira (25). Por um lado, a comissão da Embrapa, que apresentou um pacote negativo sobre a pauta de reivindicações, e do outro lado, o SINPAF, que pressionou um avanço na negociação e indicou cláusulas prioritárias e outras que são “caras” para a categoria. Essas cláusulas estão de acordo com o compromisso firmado no TST como condição para o fechamento do último acordo.
Prioridades
Entre as prioridades estão: serviço de transporte, assédio moral e sexual, recomposição do auxílio alimentação/refeição (de forma a corrigir os passivos desde 2018), programa de saúde, liberação para atividades sindicais ou sociais de relevância pública, liberação pelo dia de pagamento e teletrabalho híbrido.
A Comissão Nacional de Negociação do SINPAF (CNN) também elencou outras bandeiras as quais a categoria aguarda um retorno decente da empresa, que são: flexibilização de jornadas especiais, diárias de viagem, compensação de horas, adicional de insalubridade, e periculosidade, acesso aos locais de trabalho, auxílio para filhos e dependentes com deficiência, concurso público, moradia nas dependências da Embrapa, reconhecimento de elevação de escolaridade.
Insensibilidade
Mesmo com a pressão da CNN do SINPAF, a postura da empresa se manteve. Durante todo o dia de trabalho, a comissão da Embrapa não avançou em nenhum assunto. E o pior, demonstrou ser insensível com pautas relevantes para os/as trabalhadores/as.
A empresa pediu exclusão da solicitação do abono da falta no caso dos empregados e empregadas que precisarem de passar por consultas com psicólogos, psicanalistas ou psicoterapeutas, por exemplo. A extensão da licença maternidade às empregadas que tiverem parto prematuro em que o bebê, após o parto, necessitar de internação hospitalar também foi excluída pela empresa.
“A comissão da empresa não tem tratado com humanização as pautas que dizem respeito à saúde do trabalhador. Vale lembrar que a Embrapa criou resistências, desde de o início das negociações, em avançar em questões referentes ao assédio moral, que reflete diretamente na saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Para nós, a empresa está totalmente fora da realidade dos verdadeiros problemas enfrentados pelos empregados e empregadas”, afirmou Marcus Vinicius Sidoruk Vidal.
Atuação do SINPAF
Durante a rodada, o SINPAF registrou que está mobilizado em diversas esferas (nos três poderes do Estado) para dar celeridade à negociação, mas também espera que a comissão e a Diretoria Executiva da Embrapa tenham a mesma postura em busca de uma resposta adequada à categoria.
Nessa linha, o diretor de Relações Institucionais, Zeca Magalhães, fez um relato sobre conversas que o SINPAF teve com gestores no governo, em especial com o Ministério da Gestão e Inovação. “Ontem (24 de outubro), estivemos no ministério, junto a diversos sindicatos representantes de empresas estatais, para pedir a revogação da CGPAR 42. Na oportunidade, me foi informado que a Embrapa é responsável pela análise e negociação das cláusulas sociais e que não há impedimentos para que cheguem ao acordo nesse sentido,” completou o diretor.