Sem autonomia para apresentar índice, Embrapa segue excluindo a maioria das cláusulas
Por: Camila Bordinha e Gisliene Hesse
Nesta terça-feira (24), as Comissões do SINPAF e da Embrapa seguiram analisando cláusulas da Pauta de Reivindicações as quais a empresa suspendeu para que as áreas técnicas analisassem. A negociação seguiu desta forma pois a comissão da empresa não apresentou nenhum índice de reajuste econômico para a categoria.
O problema é que a comissão da empresa alega não possuir autonomia para propor reajuste salarial, de auxílio alimentação, creche/babá/pré-escola ou para dependentes com deficiência. Além da Comissão e da Diretoria Executiva da Embrapa, a Secretaria de Governança das Empresas Estatais (Sest), subordinada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, também é responsável pela morosidade em analisar o pleito da categoria.
O diretor jurídico do SINPAF, Adilson F. Mota, questionou à comissão da Embrapa onde está o “gargalo da negociação, como está sendo feito o contato com a Sest, com o Ministério da Gestão ou com o Ministério da Agricultura?” E completa: “são tantas cláusulas suspensas pela Embrapa, que mesmo com índice seria difícil levar para a categoria.”
Sem respostas plausíveis, o SINPAF acredita que a situação ocorre, principalmente, porque a ministra Esther Dweck está rejeitando o diálogo direto com os sindicatos. Essa é uma grande surpresa, já que a mandatária da pasta compõe um governo progressista que, teoricamente, deveria estar aberto para negociar com a classe trabalhadora.
Prevendo essa difícil situação, a Diretoria Nacional do SINPAF instalou, na última sexta-feira (20), um outdoor na via de acesso ao aeroporto de Brasília, no qual chama atenção do presidente Lula e da ministra para que os trabalhadores e trabalhadoras das empresas estatais sejam ouvidos.
Saiba mais: Outdoor do SINPAF pede diálogo do governo com as estatais
Seguindo a pauta, nestas quarta e quinta-feira (25 e 26/10), a Comissão Nacional de Negociação (CNN) do SINPAF, formada por representantes de todas as regiões do Brasil, seguirá em Brasília-DF para exaurir todas as possibilidades da negociação do ACT Embrapa 2023-2024.
A ata será disponibilizada ao término das rodadas de negociação, no final desta semana.