Embrapa tenta intimidar, e categoria responde com paralisação nacional e ampla cobertura da mídia
Por: Gisliene Hesse
Hoje, 16 de outubro, todas as unidades da Embrapa no Brasil pararam em uma mobilização nacional que contou com expressiva participação dos trabalhadores e trabalhadoras. De norte a sul, de leste a oeste, ações simbólicas marcaram o protesto, como a distribuição de frutas e alimentos, destacando a importância da Embrapa para a agricultura e o combate à fome no país. A principal reivindicação da categoria é que a empresa volte à mesa de negociações, após ter oferecido uma proposta insuficiente de reajuste, que foi prontamente recusada pela Comissão Nacional de Negociação do Sinpaf.
A paralisação, além de reunir 43 unidades em todo o Brasil, ganhou ampla cobertura da mídia nacional e regional, destacando o sucesso das ações no Dia Mundial da Alimentação, celebrado em 16 de outubro, que reforça a luta por uma melhor produção e qualidade de vida.
Em relação à mídia, a cobertura ganhou destaque com a publicação de textos no site da CUT Brasil e também com matérias especiais da Agência Brasil e do Brasil de Fato. Regionalmente, algumas emissoras fizeram coberturas dos atos. Portais como o UOL e dos principais jornais regionais deram destaque para a Paralisação. Amanhã será disponibilizadas todas as inserções de mídia.
As dificuldades nas negociações com a Embrapa foram marcadas pela resistência da empresa em tratar questões salariais e sociais cruciais para os/as trabalhadores/as. A proposta de reajuste de apenas 2,58%, representando 80% da inflação do período, foi vista como insuficiente, e a empresa ainda tentou pressionar o sindicato a colocá-la em votação. A intransigência da Embrapa também se mostrou em sua recusa a discutir pautas sociais relevantes, como a proteção a gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres, além do adicional de escolaridade para técnicos e assistentes e o combate ao assédio dentro das unidades.
Segundo o presidente do Sinpaf, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, a adesão massiva à paralisação demonstra que os trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa não aceitarão imposições e retaliações. “A paralisação é fruto da intransigência da empresa. Tínhamos a expectativa de que a gestão Silvia Massruhá agiria de forma diferente, mas estamos aqui porque fomos forçados a isso. É um absurdo ter que parar para a empresa negociar, ainda mais com uma diretoria que deveria estar alinhada com o governo do presidente Lula, mas que não age de forma condizente com os princípios desse governo”, criticou Marcus Vinicius.
Em todas as unidades da Embrapa
A mobilização contou com grande adesão nas diversas regiões do Brasil. Em Brasília, os trabalhadores protestaram com faixas no Ministério da Agricultura; no Pará, houve a distribuição de 1 tonelada de bananas; em Pelotas, os trabalhadores distribuíram morangos como forma de protesto. Ações semelhantes ocorreram em Aracaju, Campinas, Jaguariúna, Cruz das Almas e no Pantanal, reforçando o papel crucial dos trabalhadores da Embrapa na pesquisa agropecuária, na produção de alimentos e no combate à fome no Brasil.
“Na Embrapa Teresina, no Piauí, a participação dos empregados foi fundamental. Todos participaram e concordam com o nosso movimento. Nós distribuímos abacaxis para a comunidade do entorno e explicamos para as pessoas que essa era uma forma simbólica que significava que a gente precisava descascar esse abacaxi, que significava a forma arbitrária como a empresa se retirou da mesa de negociação e apresentou um reajuste absurdo”, destacou a Orlane Maia, Diretora da Seção Sindical de Teresina.
Jussara Flores, empregada da Embrapa Cerrados, lembrou da importância da participação e união das mulheres no movimento sindical e, em especial, nas mobilizações, como foi o caso da paralisação de hoje. “Não podemos esquecer que temos que participar e somos importantes nesse processo”, lembrou Jussara.
Confira algumas fotos abaixo
Amanhã a comunicação do SINPAF fará um álbum específico com as fotos de todas as unidades e divulgará o resultado de cobertura de mídia