Por um Ambiente de Trabalho Saudável: O SINPAF Apoia o Janeiro Branco
Por: Gisliene Hesse
O SINPAF mais uma vez se une à campanha Janeiro Branco para reforçar a importância da prevenção, do diagnóstico e dos cuidados com a saúde mental. Em um mundo onde o trabalho ocupa grande parte da nossa vida, garantir um ambiente seguro e saudável é essencial para o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ambientes de trabalho saudáveis atuam como um fator de proteção para a saúde mental. No entanto, condições insalubres, assédio, estigma e discriminação representam riscos significativos, afetando diretamente a qualidade de vida e a produtividade dos profissionais. A depressão e a ansiedade, por exemplo, resultam na perda de aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho por ano.
Mais sobre Janeiro Branco
Para saber mais sobre o Janeiro Branco, acesse nossa matéria completa do ano passado, na qual apresentamos estatísticas das doenças mentais no Brasil e no mundo, categorias laborais mais afetadas, conceitos, doenças mentais mais comuns no Brasil, dados sobre depressão e ansiedade, indicação de locais para pedir ajuda e muito mais.
Pesquisa Saúde do Trabalhador: resultados preliminares
Os dados preliminares da Pesquisa de Saúde do Trabalhador do SINPAF reforçam essa realidade. A pesquisa revelou que 47,2% dos/das trabalhadores/as da Codevasf e alarmantes 65,6% dos trabalhadores da Embrapa relataram algum tipo de adoecimento mental ou transtorno. Além disso, 7,1% dos trabalhadores da Codevasf e 7,2% da Embrapa relataram sofrer assédio psicológico diariamente. Esses números mostram como o ambiente de trabalho pode ser um fator de risco para a saúde mental, exigindo medidas urgentes para criar espaços mais seguros e acolhedores.
Embrapa
Codevasf
Veja mais sobre os dados preliminares da pesquisa no nosso Balanço de Gestão da página 18 a 21.
Segundo Pedro Melo, o SINPAF entende que a saúde mental deve ser prioridade dentro dos ambientes de trabalho. E esse foi um dos motivos que levou o sindicato a realizar a pesquisa sobre saúde, que será um instrumento fundamental para identificar os principais desafios enfrentados pelos trabalhadores e trabalhadoras.
“A análise apresentada dos dados ainda é preliminar, no entanto, a pesquisa permitirá a criação de políticas internas mais eficazes para prevenir problemas de saúde mental e combater o assédio no local de trabalho. Com informação e ação, podemos transformar a realidade e garantir um ambiente mais saudável para todos”, ressaltou Pedro Melo, Vice-Presidente do SINPAF e diretor de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente.
Para Sérgio Cobel, diretor suplente de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do SINPAF, a cada ano que passa os números de trabalhadores e trabalhadoras com a saúde mental comprometida crescem. Por essa razão, o SINPAF mais uma vez se une ao Janeiro Branco, chamando a atenção para essa questão fundamental.
“Sabemos que problemas de saúde mental impactam diretamente o desempenho profissional, aumentam o absenteísmo e elevam os custos com assistência médica. Precisamos quebrar o estigma, fomentar discussões abertas e construir locais de trabalho mais acolhedores e seguros. Nossa pesquisa revelou que 29,2% dos trabalhadores da Codevasf e 28,7% da Embrapa enfrentam riscos ergonômicos diariamente, além de uma significativa exposição a fatores que afetam a saúde mental. Esses dados evidenciam a necessidade de ação imediata, alertou Sérgio Cobel.
Os empregadores podem ser agentes de mudança ao promover ambientes saudáveis, combater o estigma e oferecer suporte adequado aos/às trabalhadores/as. Medidas como treinamentos para gestores, pausas programadas, apoio psicológico e reintegração gradual após afastamentos são fundamentais para garantir a qualidade de vida no trabalho.
A mudança também começa em cada um dos trabalhadores e trabalhadoras. É essencial se atentar aos sinais de sofrimento mental e buscar ajuda quando necessário. Se precisar, procurar um profissional de saúde.