Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário
Foto de Ricardo Zanella

Plenária Centro-Oeste inicia reforçando a Luta Sindical como Ferramenta de Resistência

21 de fevereiro de 2025
Por: Stella Zanchett / Edição: Camila Bordinha

A Plenária Regional Centro-Oeste 2025 do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF) foi oficialmente aberta em Dourados (MS) nesta quinta-feira (20). O evento, que ocorre até o dia 23 de fevereiro, reúne 31 delegados e representantes da categoria para debater diretrizes estratégicas para o sindicato.

Durante a abertura, Laurindo André Rodrigues, vice-presidente da Seção Sindical de Dourados, deu as boas-vindas aos presentes, enquanto Érica Alves da Silva Bonin, chefe-adjunta da Embrapa Agropecuária Oeste, destacou a importância do evento como espaço para o diálogo. “Escutar as demandas dos trabalhadores é essencial para uma gestão eficiente e para a construção de um ambiente de trabalho saudável”, afirmou.

O presidente do SINPAF, Marcus Vinicius S. Vidal, mencionou que a plenária está alinhada com as discussões sobre sustentabilidade, reforçando as ações sustentáveis adotadas, como o uso de materiais recicláveis e a promoção de práticas ecológicas.

Finalizando, Sílvia Mara Belloni, diretora regional, agradeceu a presença de todos e pediu um minuto de silêncio em homenagem ao sindicalista Saly Fernandes Júnior, falecido no dia de ontem, 20 de fevereiro.

Desafios do Movimento Sindical

Na sequência, o professor Adilson Crepaldi fez uma análise da conjuntura política e sindical, destacando o impacto do ultraneoliberalismo no Brasil e no mundo. Segundo ele, a ascensão de grupos ideológicos que promovem o individualismo extremo e o ultraneoliberalismo tem levado a uma precarização dos direitos trabalhistas, como evidenciado pela reforma trabalhista de 2017 e o aumento da informalidade no mercado de trabalho.

Crepaldi também alertou sobre a manipulação da opinião pública pelas grandes empresas de tecnologia (as Big Techs), que dificultam a disseminação de visões alternativas e reforçam desigualdades sociais. O professor enfatizou a necessidade de fortalecer os valores coletivos e as redes de solidariedade para enfrentar essas crises, chamando os sindicatos a se tornarem espaços de diálogo e construção de alternativas.

O Avanço da Extrema Direita e o Desmonte do Serviço Público

Marcus Vinicius S. Vidal também abordou a ascensão da extrema direita e seus impactos sobre o serviço público. Vidal apontou a crescente influência das grandes empresas no cenário global e seus efeitos sobre a política, como a desregulamentação e a terceirização de serviços públicos. No Brasil, o desmonte do serviço público, exemplificado pela extinção do Ministério do Trabalho e as reformas trabalhistas e previdenciárias, foi criticado por Vidal como um ataque direto aos direitos dos trabalhadores.

No caso da Embrapa, Vidal alertou sobre a crise orçamentária enfrentada pela instituição e as propostas de gestão que podem comprometer seu caráter público, como a terceirização e parcerias com laboratórios privados. Ele reforçou a necessidade de mobilização dos trabalhadores e da sociedade para garantir a manutenção da Embrapa como uma empresa estratégica para a soberania alimentar do Brasil.

Resistência Sindical

Tanto Crepaldi quanto Vidal reforçaram que a participação ativa nos sindicatos é fundamental para enfrentar os desafios impostos pela atual conjuntura política. A luta pelos direitos dos trabalhadores e pela defesa do setor público é mais importante do que nunca, e os sindicatos devem ser espaços de resistência e construção de alternativas frente às ameaças que se apresentam.

Veja algumas fotos abaixo:

Foto de Ricardo Zanella
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