Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário
varios trabalhadores em pé e com mãos em punho simbolizando a luta.

Embrapa ignora perdas salariais e reivindicações sociais! Trabalhadores/as paralisam

15 de outubro de 2024
Por: Gisliene Hesse

Amanhã, dia 16 de outubro, os trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa em todo o Brasil entrarão em paralisação nacional. O movimento é uma resposta à insatisfação crescente com a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024-2025 apresentada pela empresa. Com a decisão tomada em assembleias por todo o país, a paralisação visa reivindicar melhores condições salariais e sociais, além de uma valorização justa para os profissionais que são fundamentais no sucesso da instituição.

A Embrapa, conhecida por seu papel central no desenvolvimento agropecuário brasileiro, é uma referência global em pesquisa, mas seus/suas trabalhadores/as estão acumulando perdas salariais significativas, que já chegam a 16,24% desde 2018. A proposta atual de reajuste de 2,58% para 2024 e 2025 está muito abaixo do esperado e ignora uma série de demandas sociais sem impacto financeiro considerável, como a concessão de créditos em publicações científicas, a implementação de políticas eficazes de combate ao assédio moral e sexual, e a proteção a gestantes e lactantes terceirizadas em ambientes insalubres. A postura da Embrapa ao não avançar nesses pontos reflete uma gestão que desconsidera questões essenciais para a dignidade dos seus/suas trabalhadores/as.

Outro ponto crítico é a resistência da empresa em atender à demanda histórica pelo Adicional de Escolaridade para Técnicos e Assistentes. Esses profissionais, que têm investido em sua qualificação sem apoio da empresa, são fundamentais para o bom funcionamento da Embrapa. Embora muitos já possuam graduação, pós-graduação, mestrado e até doutorado, a empresa se recusa a reconhecer formalmente esse esforço com a concessão do adicional, perpetuando uma política de desvalorização e desigualdades. Essa falta de reconhecimento gera frustração entre os/as trabalhadores/as, que desempenham funções de alta complexidade e contribuem significativamente para o sucesso da empresa.

A paralisação contará com uma série de atividades e mobilizações em diversas unidades pelo país. As programações incluem a distribuição de frutas e alimentos, simbolizando a importância da Embrapa para a agricultura, o combate à fome no Brasil, além de chamar atenção para a luta dos/das trabalhadores/as:

  • Brasília (Sede, Hortaliças, Cerrados e Arroz e Feijão): Mobilização no Ministério da Agricultura e Pecuária com faixas e protestos.
  • Pará: Distribuição de 1 tonelada de bananas durante o dia.
  • Pelotas: Distribuição de morangos como forma de protesto.
  • Campinas e Jaguariúna: Café da manhã e atividades durante todo o dia, com faixas e distribuição de panfletos.
  • Dourados: Panfletagem nos portões da unidade.
  • Aracaju: Café da manhã às 7h30, roda de conversa e doação de sangue de voluntários.
  • Cruz das Almas: Café da manhã em frente à empresa com farofa, destacando a luta dos trabalhadores.
  • Pantanal: Distribuição de ramas de batatas e mandiocas na praça central.

Essas ações buscam visibilizar a importância dos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa, que se dedicam à pesquisa agropecuária, e alertar sobre a urgência de um ACT justo que valorize esses profissionais.

A paralisação é um passo decisivo para que a Embrapa e o governo reconheçam o papel crucial de seus/suas trabalhadores/as no sucesso da empresa e do país.

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