fotos dos trabalhadores unidos em atos. na parte superior. abaixo mais cinco fotos mostrando trabalhadores em específico.

Em meio ao jogo de empurra das empresas e da SEST, trabalhadores/as da Embrapa e Codevasf de todo o Brasil se mobilizam

28 de novembro de 2023
Por: Gisliene Hesse

Os trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa e da Codevasf de todo o Brasil, convocados pelo SINPAF, se mobilizaram nos últimos dois dias para protestar contra a falta de avanços nas negociações dos Acordos Coletivos de Trabalho das empresas.

Na segunda-feira, 27/11, um ato foi realizado em frente ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos com a presença de empregados e empregadas das empresas e de dirigentes sindicais de todo o país. Durante o ato, ocorreu a distribuição de 6 mil abacaxis como forma de demonstrar a insatisfação dos/das trabalhadores/as com os entraves das negociações.

A Embrapa mantém a proposta pífia de 3,45% para os salários e para os auxílios. A Codevasf permanece com a proposta de 3,45% para os salários e aumentou em 5% a proposta para os auxílios, que ficou em 25% para Auxílios Alimentação, Creche/Pré-escola/Babá/Escola e para Filhos ou dependentes com Deficiência.

Jogo de empurra-empurra

Para além da insatisfação com as propostas, os/as empregados/as também estão cansados com o jogo de empurra-empurra utilizado pelas comissões de negociação das empresas e pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como pela indisponibilidade da ministra da pasta, Esther Dweck, para o diálogo com o SINPAF.

Depois das mobilizações em frente ao Ministério, somente assessores da SEST receberam os integrantes da Diretoria Nacional do SINPAF. Os representantes do SINPAF explicaram as dificuldades das negociações com questões do índice e nas cláusulas sociais, mas a SEST disse que não tem nenhum problema ou impedimento de acordo com cláusulas socias.

“Alguma coisa está acontecendo, porque a Embrapa e a Codevasf dizem que existem imposições da SEST e quando a gente conversa com representantes da secretaria, eles dizem que não têm problemas com cláusulas sociais. Os assessores se comprometeram a analisar a pauta e nos ajudar a destravar os acordos coletivos das empresas”, afirmou o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal.

Confira abaixo o recado do presidente à categoria

Atos nas unidades das empresas

Hoje, 28/11, foi a vez de empregados e empregadas de todo o país se movimentarem nas sedes das suas empresas em defesa do desfecho dos ACTs. As negociações que perduram por mais de oito meses, não fizeram com que as empresas apresentassem sequer uma proposta de recomposição salarial pelo índice integral do período de 1º de maio de 2022 a 30 de abril de 2023, que é de 3,83% pelo INPC.

As mobilizações contaram com grande adesão dos trabalhadores e trabalhadoras nos atos em frente às unidades. Ocorreram nas Unidades também panfletagem, passeatas, depoimentos de representantes e cafés da manhã.

As comissões nacionais de negociação das duas empresas têm insistido em avanços nas tratativas e lutado para manter os benefícios adquiridos ao logo dos anos. “No início das negociações a Codevasf queria retirar direitos já conquistados. A evolução nos acordos é graças a luta do SINPAF contra retrocessos. Aqui em Montes Claros fizemos a mobilização que teve grande adesão. Vamos até o fim na busca de reajuste salarial e benefícios dignos”, afirmou Vera Lafetá, presidente da Seção Sindical Codevasf Montes Claros e integrante da Comissão Nacional de Negociação do SINPAF (CNN).

Negociação ACT Embrapa

Em Brasília, enquanto a mobilização ocorria na frente da empresa, as negociações entre a empresa e o SINPAF foram abertas, mas a Embrapa não apresentou nada de diferente e a comissão da Embrapa informou que aguarda retorno da SEST sobre a análise das cláusulas sociais. Além disso, a comissão da empresa pediu suspensão da rodada.

Segundo o diretor de assuntos jurídicos e previdenciários do SINPAF, Adilson F. Mota, a postura da Embrapa é lamentável. “Nosso sentimento é de frustação. Na última mesa de negociação, no mês passado, nós saímos com o compromisso da empresa de que iria apresentar uma nova proposta.

Amanhã, 29/11, as comissões da empresa e do SINPAF voltam para uma nova mesa de negociação. Esperamos uma nova proposta em respeito à categoria.

Novo ato no Ministério da Gestão

Nesta quarta-feira, 29/11, às 10h, ocorrerá mais uma mobilização em frente ao Ministério da Gestão. Desta vez, a Diretoria Nacional do SINPAF e representantes sindicais das Seções, juntamente com Sindicatos de Empresas Públicas, irão protestar contra a postura rígida da SEST e pedir a revogação da CGPAR 42, um regulamento que muito tem atrapalhado as negociações coletivas.

Confira abaixo as fotos das mobilizações em todo o Brasil