Gestão Moretti quer acabar com a Casembrapa
Por: Larissa Sarmento
Na última reunião do Conselho de Administração da Embrapa (Consad), realizada em 18 de novembro, para avaliar o plano de negócios e a situação orçamentária da empresa, a diretoria da Embrapa deixou clara a intenção de manter a contratação de uma consultoria com o objetivo de substituir o atual plano de saúde, a Casembrapa.
Durante o encontro, a gerente da Embrapa responsável pela área de pessoal apresentou um cronograma para a contratação de uma consultoria para analisar vantagens e riscos na substituição do modelo de assistência à saúde dos trabalhadores por um plano de saúde privado.
A ideia é que até o final de novembro seja publicado um termo de referência para a contratação e que saia até dezembro o processo licitatório.
De acordo com a representante dos trabalhadores e das trabalhadoras no Consad da Embrapa, Selma Beltrão, como a empresa não tem como fechar as contas até o final do ano, por falta de recursos financeiros, e a situação orçamentária para 2023 não é diferente, não há sentido em contratar uma consultoria com essa finalidade. “Deixei clara minha discordância com esse processo, uma vez que a empresa não tem dinheiro para absolutamente nada, especialmente para sua finalidade que é a execução da pesquisa. A Casembrapa está funcionando e não há nenhum risco de parar no momento”, ressalta.
Para o membro do Conselho Administrativo da Casembrapa e diretor nacional do SINPAF, Felipe Pilger, quando se contrata um plano de saúde de mercado, sem informações para a categoria, gera bastante a preocupação para os trabalhadores, pois não se sabe de que forma será a contribuição, se o desconto será integral e se os valores serão estabelecidos por faixa etária, entre outras questões.
“Esse processo implica na substituição da Casembrapa, que é um plano de saúde que foi construído com a participação dos trabalhadores. Em um novo modelo não teremos como fazer parte das decisões sobre reajustes, sobre estatuto e regulamento, por exemplo”, argumenta.
Para Pilger, esse foi mais um ataque da Embrapa aos seus empregados, pois o plano de saúde já foi reajustado antes de o Acordo Coletivo ser fechado.
O SINPAF continuará atento e lutando para proteger o plano de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa.