Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Dia da Terra: SINPAF reforça urgência por transição justa no Brasil e no mundo

22 de abril de 2025
Por: Camila Bordinha

Celebrado nesta terça-feira, 22 de abril, o Dia da Terra é um momento de reflexão global sobre a relação da humanidade com o meio ambiente e os desafios impostos pela crise climática. E, neste ano, o Brasil sediará a COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — em Belém do Pará, o que coloca o país em posição estratégica para liderar iniciativas de sustentabilidade e transição justa.

Esses conceitos estão diretamente ligados à preservação ambiental com inclusão social: sustentabilidade busca o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, justiça social e proteção do meio ambiente; já a transição justa garante que os trabalhadores, trabalhadoras e comunidades impactadas pelas mudanças nos modelos de produção tenham seus direitos protegidos e novas oportunidades criadas.

Nesse contexto, o papel das empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento agropecuário, assim como seus trabalhadores e trabalhadoras é fundamental. Empresas como a Embrapa, a Codevasf, Distritos de Irrigação, Pesagro, Emparn e Empaer são essenciais na geração de conhecimento e tecnologias para uma agricultura mais sustentável e adaptada às mudanças climáticas. A atuação de seus (suas) trabalhadores (as) é estratégica para o fortalecimento da segurança alimentar, da recuperação de biomas degradados e do uso racional dos recursos naturais — objetivos que estão no cerne de uma transição ecológica justa.

A Embrapa, por exemplo, desenvolve pesquisas voltadas à agroecologia, à agricultura de baixo carbono e ao uso eficiente da água e do solo, sendo reconhecida internacionalmente por suas contribuições à produção sustentável. Já a Codevasf tem papel relevante na revitalização de bacias hidrográficas e no apoio a comunidades ribeirinhas e agricultores familiares. Por isso, o SINPAF tem discutido com a base, e em suas plenárias regionais, ações para serem levadas à discussão na COP30. A intenção é cobrar maior coerência das políticas públicas e das estatais com os princípios da sustentabilidade, além de defender condições dignas de trabalho para quem atua diretamente nesses processos.

Lembrado ainda no último sábado, 19 de abril, a luta dos povos indígenas e comunidades tradicionais também é protagonista neste Dia da Terra. Responsáveis por preservar grande parte da biodiversidade brasileira, esses povos enfrentam ameaças constantes aos seus territórios, que são alvos de grilagem, desmatamento ilegal e projetos de exploração predatória. A defesa da Amazônia e dos direitos originários, em especial a derrubada do marco temporal, é essencial para combater o colapso climático e assegurar a justiça ambiental. A realização da COP30 em território amazônico é uma oportunidade histórica para dar-se voz a essas populações e consolidar sua centralidade nas decisões globais sobre o clima.

Neste Dia da Terra, o chamado é claro: o futuro do planeta depende de um modelo de desenvolvimento que respeite os limites da natureza, promova a equidade social e valorize o conhecimento produzido por quem trabalha e vive da terra e pela terra. O SINPAF e os trabalhadores e trabalhadoras da pesquisa e do desenvolvimento agropecuários se somam a essa luta, reafirmando seu compromisso com a ciência, a justiça climática e a soberania alimentar e ambiental brasileira.

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