Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

SINPAF defende a manutenção do Teletrabalho na Embrapa

11 de dezembro de 2024
Por: Camila Bordinha

Recentemente, o SINPAF teve acesso a um memorando, emitido pela chefia da Embrapa Arroz e Feijão (GO) e assinado por diversas outras chefias de unidade, que questiona a eficiência do modelo de Teletrabalho adotado na empresa. No entanto, o documento não apresenta os critérios utilizados para a avaliação do modelo, tampouco oferece dados, estudos ou levantamentos técnicos que sustentem as afirmações feitas.

O SINPAF defende que o modelo de Teletrabalho precisa ser mantido na Embrapa, embora seja preciso reconhecer que a norma implantada pela empresa tem pontos a serem ajustados. Inclusive, a pauta de reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho, que está em negociação neste ano, prevê uma cláusula (10.9 – Teletrabalho Híbrido) para que a empresa adeque a norma com a colaboração do sindicato. O principal problema, na visão do SINPAF, não está no Teletrabalho, mas sim na falta de capacidade da gestão da Embrapa em gerenciar o modelo de trabalho remoto junto às chefias.

Desde a concepção da ideia de implementação do Teletrabalho, o SINPAF tem sugerido ajustes necessários, mas jamais questionou-se a viabilidade do modelo. O documento das chefias, por outro lado, não mensura nenhum dos itens a que se refere. Não há dados ou justificativas concretas, apenas uma exposição de opiniões, sem respaldo em números ou evidências técnicas.

O memorando também contradiz os resultados do programa piloto realizado pela Embrapa, que demonstrou um aumento na produtividade e na eficiência dos trabalhadores em regime de Teletrabalho. Além do que, o modelo de Teletrabalho foi implantado na empresa há menos de um ano, o que o sindicato considera pouco tempo para que se faça uma avaliação adequada.

O documento também ignora situações específicas de trabalhadores com filhos menores de 6 anos ou com deficiência, que têm direito a jornada especial. E, ao não considerar essas condições, acaba fazendo generalizações equivocadas.

A crítica que o Sindicato faz ao memorando é que, ao invés de sugerir a extinção do Teletrabalho, o foco deveria estar em identificar e implementar os ajustes necessários para aprimorar a gestão da modalidade. “Acabar com o Teletrabalho seria, para nós, um erro, já que existem soluções para melhorar o modelo sem precisar descartá-lo completamente,” explica o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal.

Vale ressaltar que na Embrapa também é implementado o modelo de Teletrabalho híbrido, permitindo que o trabalhador mantenha uma interação parcial com a empresa, o que já demonstra uma flexibilidade importante para a organização do trabalho. Além disso, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) implantou um programa de Gestão e Desempenho que permite o Teletrabalho, seja de forma integral ou parcial, alinhando-se às melhores práticas de gestão pública.

Por fim, questionamos como está sendo realizado o controle de qualidade do serviço prestado pelos trabalhadores em Teletrabalho e quais critérios são utilizados para chegar às conclusões expressas no memorando.*O documento das chefias reflete a visão da Diretoria Executiva da Embrapa sobre o Teletrabalho? Exigimos mais transparência e embasamento técnico nas decisões que impactam diretamente os (as) trabalhadores (as) da Embrapa.

Uma boa gestão de pessoal, na visão do SINPAF, deveria estar focada em garantir que os trabalhadores e trabalhadoras desempenhem suas funções com eficácia, compromisso, ética e respeito à missão da Embrapa, assegurando um ambiente de trabalho saudável e proporcionando o desenvolvimento contínuo de pessoal e da modalidade ora contestada, com responsabilidade.

O SINPAF continuará defendendo os interesses de seus filiados e buscando aprimorar o ambiente junto à empresa, seja em qual modalidade estejam sujeitos, para que exerçam suas funções com dignidade.

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