8 perguntas e respostas que você precisa saber sobre o Adicional de Escolaridade
Por: Gisliene Hesse
O Adicional de Escolaridade não é apenas uma reivindicação para uma parte dos/das empregados/as, mas uma questão de justiça e reconhecimento para os/as trabalhadores/as da Embrapa. Enquanto a empresa tem sucesso nacional e internacional em pesquisa e desenvolvimento agropecuário, o esforço dos Técnicos e Assistentes que se qualificam com seus próprios recursos, não é reconhecido. Por que a Embrapa que se beneficia com conhecimento e habilidades adquiridos por seus e suas empregados/as, não quer reconhecer e valorizar o esforço e a qualificação dos Técnicos e Assistentes?
Neste contexto, o debate sobre o Adicional de Escolaridade se torna uma questão importante. É um reflexo da valorização do investimento pessoal dos/as trabalhadores/as e da necessidade de alinhar o sucesso da empresa com o reconhecimento adequado dos/as seus/suas colaboradores/as. O que está em jogo é não apenas uma questão financeira, mas um princípio fundamental de justiça e valorização profissional.
A seguir, o SINPAF apresenta as principais questões e argumentos relacionados ao Adicional de Escolaridade, incluindo as perspectivas dos/as trabalhadores/as e dos/das representantes do SINPAF, e o impacto potencial para a Embrapa e seus/suas empregados/as. Acompanhe e entenda por que esta questão merece a sua atenção e o apoio de todos.
- Qual é a importância do Adicional de Escolaridade para os trabalhadores da Embrapa?
O Adicional de Escolaridade é fundamental para os/as trabalhadores/as porque recompensa de maneira justa o esforço e o investimento pessoal que muitos Técnicos e Assistentes fizeram para se qualificar. Esses profissionais pagaram do próprio bolso para cursar desde o ensino fundamental até pós-graduação, aprimorando suas habilidades e conhecimentos. Este investimento pessoal não só melhora suas competências, mas também contribui diretamente para a qualidade e produtividade dos serviços prestados pela Embrapa.
Reconhecer o Adicional de Escolaridade é uma forma de a Embrapa valorizar e recompensar esse esforço individual, demonstrando que o conhecimento adquirido é um ativo valioso para a empresa. Ao reconhecer e remunerar adequadamente a qualificação dos empregados, a empresa reforça seu compromisso com a valorização do talento interno e a excelência no trabalho. Além disso, ao reconhecer e valorizar a educação continuada dos seus/suas trabalhadores/as, a Embrapa não só estimula o desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados/as, mas também fortalece sua posição como referência nacional e internacional em pesquisa e desenvolvimento agropecuário.
- Como os trabalhadores têm demonstrado apoio à proposta do Adicional de Escolaridade?
O Adicional de Escolaridade é uma reivindicação antiga dos/das trabalhadores/as. Neste ano, ela ganhou mais força com o abaixo-assinado criado em março pelos próprios/as trabalhadores/as. Na primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho da Embrapa 2023-2024, o SINPAF entregou o abaixo-assinado com as assinaturas e com uma análise quantitativa de números de empregados/as que terão direito ao benefício, caso ele seja implementado, e o que isso significaria em termos econômicos para a Embrapa. O abaixo-assinado contou com 1.693 assinaturas de Assistentes e Técnicos de praticamente todas as unidades da Embrapa no Brasil. Os empregados e empregadas têm demonstrado um apoio significativo e um desejo claro de ver a proposta implementada.
- O que dizem os representantes do SINPAF sobre a importância do Adicional de Escolaridade?
A reivindicação do Adicional de Escolaridade tem o apoio de vários representantes do SINPAF e dos/das próprios/as trabalhadores/as da Embrapa. Além do presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, que sempre destaca a importância de priorizar essa reivindicação nas negociações do ACT, outras vozes importantes também se manifestam sobre o tema:
- Adilson F. Mota, Diretor de Assuntos Jurídicos e Previdenciários do SINPAF, ressaltou a relevância do adicional, afirmando: “Os/as trabalhadores/as da Embrapa se dedicaram a elevar seu nível de escolaridade com custos bancados por eles mesmos. É justo que a empresa valorize esse esforço. O adicional é uma forma de reconhecer, assim como o fazem outras Instituições, que o conhecimento adquirido pelos empregados contribui diretamente para o sucesso e a competência da Embrapa.”
- Nádia Cruz, Técnica da Embrapa Tabuleiros Costeiros e Diretora de Saúde do Trabalhador da Seção Sindical Aracaju, também expressou seu apoio: “Os/as trabalhadores/as da Embrapa investem tempo e dinheiro para se qualificarem, e esse investimento reflete na qualidade do trabalho que realizam. O reconhecimento financeiro pelo aumento de escolaridade é uma questão de justiça e de valorização do esforço que esses profissionais fazem para aprimorar suas habilidades.”
- Franciana Volpato Bellaver, Diretora de Assuntos Sociais e Cidadania do SINPAF, destacou que: “O adicional de escolaridade não é apenas um benefício para os/as trabalhadores/as, mas um reconhecimento da importância da qualificação deles para a Embrapa. Esses profissionais utilizam seu conhecimento para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento na empresa, contribuindo significativamente para seu prestígio nacional e internacional.”
- Quais são os impactos financeiros do Adicional de Escolaridade para a Embrapa e para os trabalhadores?
O impacto financeiro para a Embrapa é justo e proporcional ao investimento em educação dos seus/suas empregados/as. Para os/as trabalhadores/as, o adicional representa não só um aumento no salário, mas também um reconhecimento dos trabalhos prestados por eles/as. Portanto, esse reconhecimento financeiro também pode servir como um incentivo adicional para buscar mais qualificações e contribuir ainda mais para a empresa.
- O que os/as trabalhadores/as esperam alcançar com a implementação do Adicional de Escolaridade?
Os/As trabalhadores/as esperam que a implementação do Adicional de Escolaridade não apenas recompense o esforço individual, mas também promova um ambiente de trabalho mais valorizado e motivado. Eles acreditam que isso ajudará a reter talentos e atrair novos profissionais qualificados para a Embrapa.
- Qual é a visão do Dieese sobre o Adicional de Escolaridade e sua importância?
Mariel Angeli, economista do Dieese, destaca que o Adicional de Escolaridade é uma forma de alinhar o sucesso da empresa com o reconhecimento e a valorização dos seus trabalhadores. Ela ressalta que a Embrapa tem gerado lucros e benefícios sociais significativos e contribuído para o desenvolvimento regional e nacional, mas esse sucesso não está sendo refletido nos benefícios e salários dos empregados. O adicional é visto como uma medida justa para corrigir essa discrepância.
- Como os/as trabalhadores/as têm respondido às justificativas da Embrapa para não implementar o adicional até a presente data?
Os trabalhadores têm respondido com frustração e descontentamento às justificativas da Embrapa. Eles consideram que as razões apresentadas pela empresa são insatisfatórias e que o Adicional de Escolaridade deveria ser uma prioridade, dada à natureza do serviço da empresa e a importância da educação e da qualificação na melhoria dos serviços prestados pela Embrapa.
- O que o SINPAF está fazendo para pressionar a Embrapa a conceder esse adicional?
O SINPAF está realizando uma série de ações para pressionar a Embrapa a aceitar a proposta. Isso inclui divulgar o abaixo-assinado criado pelos/as trabalhadores, entregar o abaixo-assinado para a Diretoria Executiva da empregas, ajudar a mobilizar os/as trabalhadores/as, e continuar as negociações com firmeza. O sindicato também está fazendo uma ampla divulgação das questões em jogo e da importância do Adicional de Escolaridade para garantir que a voz dos/das trabalhadores/as seja ouvida e considerada.
Veja o conteúdo da proposta do SINPAF:
CLÁUSULA 3.8 – ADICIONAL DE ELEVAÇÃO DA ESCOLARIDADE
A EMBRAPA garantirá a título de reconhecimento à elevação da escolaridade aos empregados ocupantes dos cargos de assistentes e técnicos, nos percentuais:
a) 2,5% (dois vírgula cinco por cento) do salário-base para os empregados que possuírem ensino fundamental completo;
b) 5% (cinco por cento) do salário-base para os empregados que possuírem ensino médio completo;
c) 6% (seis por cento) do salário-base para os empregados que possuírem ensino técnico profissionalizante;
d) 7,5% (sete vírgula cinco por cento) do salário-base para os empregados que possuírem curso superior completo;
e) 10% (dez por cento) do salário-base para os detentores de certificado em nível de pós-graduação lato sensu;
f) 20% (vinte por cento) do salário-base para os que possuírem mestrado, e
g) 40% (quarenta por cento) do salário-base para os que possuírem doutorado.
Parágrafo Único – O adicional de reconhecimento à elevação de escolaridade não será cumulativo, sendo considerado o de maior grau que o empregado possuir.