Nova proposta da Codevasf impõe mais perdas de salários e alimentação
Por: Camila Bordinha
Em negociação com o SINPAF, nesta quarta e quinta-feira (31/7 e 1º/8), a Codevasf propôs um acordo bianual que não repõe a inflação do período 2023-2024, tanto para salários quanto para os auxílios alimentação e creche. Além de tudo, não houve avanços significativos nos direitos sociais da pauta de reivindicação da categoria. Portanto, a Comissão de Negociação do sindicato avaliou a proposta como insatisfatória e rejeitou-a novamente.
A empresa ofereceu 75% do INPC para o período 2024-2025 e 100% do índice no período 2025-2026. De acordo com estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a desvalorização salarial da categoria é de 19,74%, desde 2019. A proposta só vai recompor 2,42% desse total. Para o auxílio alimentação, o Dieese apurou que seria necessário um aumento de R$ 80,12 mensais para recompor o poder de compra, quando a proposta deste ano aumentaria somente R$30,71.
De acordo com o vice-presidente do SINPAF, Pedro Melo, a legislação brasileira garante ao trabalhador pelo menos a recomposição inflacionária dos salários. “Respeitar a constituição é o mínimo a ser feito pela Codevasf. No passado, sofremos com um evento inesperado, que foi a Pandemia da Covid-19, mas em tempos normais não há justificativa para impor perdas aos trabalhadores e trabalhadoras,” declarou Pedro Melo.
Além disso, foram aprovadas somente 3 dos 53 novos itens sugeridos (entre caputs, parágrafos e alíneas) pela Pauta de Reivindicações. Com o acordo para dois anos também não haveria possibilidade de negociar ou melhorar esses benefícios no próximo ano, cabendo somente o reajuste linear pré-definido pelo o índice da inflação do período nas cláusulas econômicas.
Entre as pautas recusadas estão necessidades sensíveis para as trabalhadoras e os trabalhadores, como: Adicional por elevação de escolaridade; Programa da qualidade de vida; Banco de talentos; Ampliação de padrões salariais dos auxiliares operacionais, garantindo a isonomia entre empregados de nível médio e superior; Adicional de Titularidade para nível superior; Atualização e readequação do Plano de Cargos e Salários; Recesso de fim de ano, entre outras.
De acordo com o diretor jurídico do SINPAF, Adilson F. Mota, não houve avanços no acordo em relação a muitas cláusulas sociais que não apresentam impacto econômico. “É necessário maior atendimento da pauta de negociação nas cláusulas sociais para que alguma proposta seja minimamente aceitável,” afirmou o diretor jurídico.
Na oportunidade, o SINPAF também reivindicou o aumento da participação da Codevasf no custeio do plano de saúde, que já está permitido com a publicação da CGPAR nº 52, que não entrou na pauta da categoria, pois a antiga resolução (CGPAR nº 42) não permitia a alteração.
Nos 50 anos da Codevasf, o SINPAF quer “valorização de pessoal” na prática. Não aceitaremos nada a menos!!!