SINPAF Sete Lagoas repudia “orientações” ameaçadoras da gestão da Embrapa Milho e Sorgo
Por: Diretoria Nacional
Em informativo sobre normativas de convivência e relacionamento, publicado recentemente na Embrapa Milho e Sorgo, que fica em Sete Lagoas (MG), a gestão da unidade promove ameaças indiretas aos trabalhadores e trabalhadoras, assim como se utiliza de diversos termos impróprios para um documento de administração pública. Esta é a denúncia da Seção Sindical Sete Lagoas.
De acordo com a Seção Sindical, “a chefia se utiliza do cargo público para expressar opiniões pessoais e ameaçar empregados de correições ou punições.” Além disso, a “pílula digital”, como foi chamada pela gestão da Milho e Sorgo, apresenta diversas opiniões pessoais, o que causou perplexidade nos empregados da Unidade.
Buscando amparo legal nas normativas da empresa, o texto traz, de forma confusa, diversas intimidações, tais quais: “Importante alerta, como atenção gerencial e individual, sem estresses indevidos, “truques” intempestivos ou agendas difusas”.
Em outra parte, o texto também se utiliza de um termo que ficou famoso quando o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, o usou na pandemia de Covid 19. Conforme o informativo: “As questões profissionais não permitem desconsiderar evidências ou sinais de estresses comportamentais, porquanto, são inadequadas ou abusivas as questiúnculas tipo “mimimi.” Sinônimo de “frescura”, como o próprio Bolsonaro significou o termo, a palavra, portanto, busca desqualificar os questionamentos dos empregados (as) em relação à gestão da Unidade Descentralizada e a associa a conteúdo homofóbico.
E, mesmo não nomeando qualquer trabalhador ou trabalhadora como alvos dos ataques e ameaças, as “orientações” causaram perturbação entre os empregados, pois o texto ressaltou algumas vezes a palavra “você”, que é um pronome pessoal e objetivo. Também se utilizou de expressões pouco usuais para um documento público, como o uso da expressão: “encrenca no ar.” Veja a transcrição abaixo:
“Se, ocorrer de desrespeitarem as pessoas, a empresa, os stakeholders e a ciência, e ainda se de forma recorrente – com ou sem feedbacks diretos, admitam que isto é grave, e que “você” tem um grande problema e deve estar orientado e convencido a buscar ajuda profissional. Daí, por certo, tem “encrenca no ar” que irá requerer providências individuais e institucionais, e é bom que “você” esteja amparado e em preparo qualificado para enfrentar tempos difíceis. Dialogue. Ninguém ganha uma discussão.”
Mas o problema da gestão na Embrapa Milho e Sorgo não é recente. A Seção Sindical Sete Lagoas mantém, inclusive, uma campanha na qual pede “Fora Gestão Frederico e Lúcio”, devido a atitudes compatíveis com o autoritarismo e a arrogância.
“A Seção Sindical repudia, com veemência, o texto da gestão da Embrapa Milho e Sorgo, que expressa opiniões pessoais e ameaça trabalhadoras e trabalhadores de correições ou punições. Por isso, o SINPAF exige que a Diretoria Executiva da Embrapa tome providências e que os gestores da unidade se retratem com os empregados e empregadas,” afirmou o presidente da Seção Sindical Sete Lagoas, Francisco Antunes.