Nova cláusula para Adicional de Elevação de Escolaridade é suspensa pela Embrapa
Por: Camila Bordinha
A negociação coletiva do ACT Embrapa 2023-2024 reiniciou, nesta terça-feira (25), com um debate intenso sobre uma novidade implantada na pauta de reivindicações do SINPAF, que é o Adicional de Elevação de Escolaridade. A ideia é que os trabalhadores e as trabalhadoras, assistentes e técnicos, que se dedicaram a aumentar o grau de estudo para melhorar a qualidade do serviço prestado sejam reconhecidos e valorizados financeiramente pela empresa.
Após a discussão, a cláusula ficou suspensa pela comissão de negociação da empresa, que se comprometeu a apresentar a proposta à diretoria executiva da Embrapa e buscar um avanço nesse assunto para o ACT. a
Para o representante da Região Norte na CNN do SINPAF, Jasiel Nunes Sousa, a empresa precisa reconhecer esses trabalhadores e trabalhadoras. “A Embrapa tem que reconhecer a qualidade e a qualificação, muitos foram para a faculdade para prestar um melhor serviço e a Embrapa não reconhece isso? Precisamos reconhecer,” reivindicou Jasiel.
O diretor de Relações Institucionais do SINPAF, Zeca Magalhães, também reforçou esse reconhecimento como uma forma de avançar nos direitos definidos pelo ACT.
“Nós mudamos de governo e de gestão na empresa, estamos em outro momento, no qual o diálogo pode ser mais aberto e mais tranquilo. Precisamos fugir do discurso de que tudo que é negado precisa estar pautado no que a lei prevê, precisamos resgatar o mesmo diálogo que tínhamos na construção desse ACT, senão qual é o sentido de estarmos aqui se não for para avançar no que a lei não impede? Talvez seja a hora da empresa se mostrar disposta a progredir onde não tenha impacto financeiro, ou quase nenhum impacto, para melhor qualidade de vida dos trabalhadores e da própria Embrapa,” afirmou Zeca.
Já o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, também reforçou que os direitos previstos no atual ACT da categoria foram conquistados ao longo das décadas como forma de a empresa se adaptar às evoluções do mundo e das relações de trabalho.
“Se a Embrapa se limitar demais quando estamos negociando, se não for possível acompanhar as evoluções e tecnologias que afetam as relações de trabalho, por exemplo, se não há disposição de negociar e assumir o que for negociado, estamos só trabalhando aqui para suspender e revisar, não há avanço. Caso seja aprovada na íntegra ou em parte, já daremos um passo. Não fizemos uma corrida, mas demos um grande passo,” disse Marcus Vinicius.
“Estamos esperando do governo não só índices, mas de recomposição daquilo que perdemos. O acordo precisa ir caminhando para resolver também,” concluiu o presidente do sindicato.