
Plenária Sudeste discute papel da Embrapa e desafios nas relações de trabalho
Por: Camila Bordinha
Texto: José Wilson Barbosa
No segundo dia da 25ª Plenária Regional Sudeste, neste domingo (16), os delegados e convidados discutiram a reforma do estatuto do SINPAF, o papel da Embrapa na reconstrução do Brasil e no combate à fome e os desafios nas relações de trabalho na empresa.
REFORMA DO ESTATUTO
O dia começou com a apresentação do coordenador da comissão de reforma do estatuto do SINPAF, Adilson Mota, sobre a proposta de alteração do regimento do Sindicato.
De acordo com ele, a reforma do estatuto contempla três eixos principais, sendo eles o eixo filosófico, que busca tornar o sindicato mais moderno na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores; o eixo legal, que adapta o texto ao código civil brasileiro; além das correções dos artigos que contêm erros gramaticais e ortográficos.
Adilson ressaltou a importância da reforma do estatuto que, segundo ele, está muito defasado em várias posições. “Espero que consigamos aprovar as alterações possíveis no Congresso Nacional do SINPAF, em junho, e para isso é importante a participação de todos”, afirmou.
Já o presidente nacional do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, também destacou a necessidade das alterações. “Espero que o Congresso da categoria faça essas adequações para tornar o estatuto mais moderno, ágil e seus artigos mais claros, acabando assim com as interpretações duvidosas”, frisou.
Todos os delegados da Plenária Sudeste receberão a proposta de reforma do estatuto por e-mail para fazerem suas sugestões.
PAPEL DA EMBRAPA
A plenária prosseguiu com o debate sobre o papel da Embrapa na reconstrução do Brasil e no combate à fome.
O diretor nacional de Ciência e Tecnologia do SINPAF, Mário Urchei, ressaltou que a Embrapa é uma empresa de pesquisa agropecuária que tem um papel fundamental no combate à fome, com a produção de alimentos saudáveis, com equilíbrio ambiental, de maneira sustentável e agroecológica, em conjunto com os agricultores familiares assentados na reforma agrária. Segundo ele, “o SINPAF tem um papel fundamental para dialogar com as organizações e os movimentos sociais do campo para introduzi-los nesse processo com a Embrapa.”
Já a representante dos trabalhadores e trabalhadoras no Conselho de Administração da Embrapa (Consad), Selma Beltrão, afirmou que o papel da Embrapa no combate à fome é promover a produção de alimentos saudáveis e quem pode oferecer isso é a agroecologia, com produção orgânica e sustentável. Segundo ela, esta atuação tem que ser conjunta, com as organizações estaduais de pesquisas, com a assistência técnica rural e em cooperação com os movimentos do campo que atuam diretamente nos territórios. “Para atuar dentro desta sinergia é necessário que se tenha o controle social com a participação destes atores nas estruturas da instituição, a exemplo do Conselho de Administração, os conselhos de assessores externos das unidades e com a retomada do Conselho de Assessor Nacional (CAN)”, afirmou.
RELAÇÕES DE TRABALHO
Os desafios nas relações de trabalho foi o último debate da 25ª Plenária Regional Sudeste, quando foram abordados assuntos como o sistema ERP/SAP, terceirização na Embrapa, saúde do trabalhador, entre outros.
O diretor nacional de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente do SINPAF, Pedro Melo, falou sobre os principais transtornos de saúde vivenciados pela categoria. Segundo ele, os maiores problemas de saúde apresentados nas plenárias regionais, até o momento, dizem respeito aos transtornos mentais, que incluem a depressão e a ansiedade causados, principalmente, pelo assédio moral e sexual.
Pedro destacou a filiação do SINPAF ao Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde no Ambiente do Trabalho (Diesap), que é mais um instrumento para combater os abusos e melhorar a saúde dos trabalhadores da categoria. “A questão da saúde é importantíssima porque não se trata apenas de abordar questões sobre doenças e acidentes de trabalho, mas também discutir questões relativas ao ambiente de trabalho, qualidade de vida, alimentação e perspectivas de ascensão profissional”, afirmou.
Felipe Pilger, representante dos trabalhadores e trabalhadoras no Conselho da Casembrapa, ressaltou os desafios a serem enfrentados na empresa. “Quero destacar aqui, principalmente, a reforma do estatuto da entidade proposto pela empresa e o reajuste nas mensalidades aplicados no ano passado”, afirmou.
Para finalizar, a secretária-geral do SINPAF, Dione Melo, falou sobre os impactos do sistema ERP/SAP na Embrapa. Segundo Dione, este sistema foi adquirido por valores exorbitantes, mas não funciona. “O sistema não é integrado com os demais sistemas do Governo Federal, obrigando os trabalhadores ao retrabalho. O pior é que, além de não ser eficiente, foi adquirido pelo gasto de mais de 100 milhões de reais para a sua implantação e manutenção”, afirmou.
ENCERRAMENTO
Encerrando a Plenária, os delegados discutiram, deliberaram e encaminharam questões locais e regionais da Região Sudeste, além de definir o local e a data da próxima plenária.
DELIBERAÇÕES E MOÇÕES
No encerramento da Plenária foram aprovadas várias deliberações e moções, tais como:
– Realização da 1ª Conferência das mulheres do SINPAF em agosto de 2023.
– Moção de louvor à diretora Regional Sudeste, Adriana Santos do Nascimento pela organização e condução da Plenária.
– Repúdio ao PCE da Embrapa, que altera a função dos assistentes.
– Realização do Seminário Nacional dos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa por uma empresa pública, democrática e inclusiva.
– Defesa da Pesagro.
– Agradecimento ao movimento negro do Rio de Janeiro em defesa da Embrapa.
– Ampliar as articulações das institucionais entre o SINPAF e os movimentos sociais para uma atuação coletiva.
PRÓXIMA PLENÁRIA
A Plenária que a próxima Plenária do SINPAF será realizada na cidade de Campinas-SP.