Em um momento inapropriado, em que o novo governo federal ainda está consolidando sua estrutura, o atual presidente da Codevasf soltou um descabido comunicado interno visando alterar a estrutura organizacional da empresa. 

Em seguida, uma nota técnica sem consulta prévia dos empregados, foi anexada ao processo eletrônico interno da empresa explicando como seria tal feito e em quais funções haveria mudanças. 

O objetivo da proposta, segundo o documento, é a reestruturação que visa ampliar a capacidade da Codevasf em função do aumento expressivo da sua área de atuação nos últimos anos. Na nota publicada verificam-se fortes impactos na área de licitações sem capacitação adequada da equipe. 

De acordo com o diretor de formação sindical do SINPAF, Jorge Vidal, há uma falta de transparência nesse processo, pois a mudança não foi discutida com os empregados, e ela prevê a alteração de 43 pontos do regimento interno.  

“Uma mudança desse tamanho e sem um estudo prévio nos surpreendeu. Ainda não sabemos dimensionar os impactos que isso terá no dia-a dia da empresa. Isso não foi discutido com nenhum setor, é uma imposição da diretoria”, lamenta. 

Segundo o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius, tal situação fere o acordo coletivo firmado entre os trabalhadores e a empresa. “Uma mudança tão drástica na estrutura da Codevasf, sem discussão com os empregados, mostra a total falta de compromisso da atual diretoria da empresa, que não está alinhada ao novo governo. É uma mudança extemporânea, de uma diretoria que quer fazer uma alteração minutos antes da saída”, argumenta. 

Em desconformidade com o ACT firmado 

O SINPAF enviou um ofício para a Codevasf nesta quarta-feira (15) solicitando a suspensão de tal alteração, pois a ação foi totalmente descabida.

Conforme consta na cláusula 25 do Acordo Coletivo de Trabalho as propostas, estudos e anteprojetos que se refiram à valorização e ao desenvolvimento dos empregados deverão ser encaminhados ao SINPAF para apreciação e sugestão, o que não foi realizado.

Já na cláusula 43, que versa sobre as comissões partidárias, a empresa deveria ter criado uma comissão para discorrer sobre a proposta, conforme a orientação pré pactuada. 

Além disso, a empresa feriu o compromisso firmado de divulgar mensalmente em seus Boletins Informativos com todas as informações referentes aos seus atos administrativos, conforme preconiza o parágrafo segundo da cláusula 48. 

Assim, a atual diretoria da Codevasf descumpre o ACT simplesmente para implantar às pressas o seu projeto de reestruturação.