Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Sem ACT, sem respeito: o “presente” da Embrapa é frustração!

25 de abril de 2025
Por: Camila Bordinha

Nesta semana, a Embrapa completa mais um ano de existência. Poderia ser um momento para celebrar conquistas, valorizar os trabalhadores e as trabalhadoras e renovar compromissos com quem constrói diariamente essa empresa pública de pesquisa agropecuária de excelência. Mas, infelizmente, o que recebemos como presente foi mais uma frustração.

No dia 24 de abril, a categoria esperava uma proposta concreta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2024/2025). Essa expectativa não surgiu por acaso: foi a própria Embrapa que, fora do cronograma oficial da mediação conduzida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), anunciou a data. Mas, somente na véspera é que a empresa convidou o sindicato para uma reunião, de forma impessoal, por telefonema.

O SINPAF, mantendo sua postura de diálogo e responsabilidade, propôs que a Embrapa formalizasse a proposta por escrito, para que pudesse ser analisada com a seriedade que o processo exige. A resposta veio apenas no fim da tarde do dia 24, por correspondência, e com um conteúdo decepcionante: a empresa reafirmou que não tem nada novo a oferecer. Nem a inflação do período, muito menos o reconhecimento da escolaridade dos assistentes e técnicos. Nada!

Esse tipo de atitude da empresa não é nenhuma novidade. A Embrapa já havia abandonado a mesa de negociação na 16ª rodada, afirmando que não negociaria mais. Foi a mobilização da categoria, com assembleias, manifestações e pressão legítima, que forçou a empresa a retornar à mesa — e mais tarde à mediação com o Tribunal Superior do Trabalho (TST). O SINPAF nunca se recusou a conversar. Sempre apresentou propostas, inclusive propondo cláusulas específicas para avançar nas tratativas. A cada oportunidade, o sindicato mostrou disposição em buscar soluções. Mas não há como negociar sozinho.

O que a Embrapa fez ao criar uma expectativa para o dia 24 de abril, sem respaldo no cronograma do TST, foi jogar com a expectativa dos trabalhadores e trabalhadoras. Pior: tentou transferir ao sindicato a culpa por mais um impasse que ela mesma causou. E tudo isso às vésperas do seu aniversário – 26 de abril – quando seus trabalhadores e trabalhadoras deveriam estar comemorando e sendo reconhecidos por toda doação à missão da empresa de alimentar o Brasil e o Mundo.

Não é esse o presente que a categoria esperava. Quem constrói a Embrapa, todos os dias, com dedicação e excelência, merece mais. Merece respeito. Merece valorização. Merece um Acordo Coletivo digno.

A boa notícia é: ainda estamos no jogo. A mediação continua. E o SINPAF segue firme, mobilizado, unido com a base e comprometido com o que é justo. Não vamos aceitar narrativas distorcidas. A verdade está do nosso lado — e a força também.

Seguiremos buscando o melhor para toda a categoria. E quando esse acordo vier, que ele seja fruto de luta, mobilização e consciência coletiva. Porque o que a Embrapa não entende é que quem sustenta essa empresa somos nós, trabalhadoras e trabalhadores.

Comissão Nacional de Negociação 
Diretoria Nacional 

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