SINPAF recebe visita de sindicato colombiano
Por: Vânia Ferreira
A Diretoria Nacional está recebendo durante esta semana, 11 a 15 de setembro, a visita de três diretores do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Corporação Colombiana de Investigação Agropecuária (Sinaltracorpoica). Os sindicalistas vieram ao Brasil para realizar uma parceira com o SINPAF e trocar experiências sobre o papel dos sindicatos dos trabalhadores de pesquisa agropecuária no âmbito da América do Sul.
Durante a semana, os colombianos também aproveitaram para conhecer a estrutura organizacional, o modelo de comunicação e como são realizadas as negociações coletivas do SINPAF.
O Sinaltracorpoica foi fundado em 1994 e a sua base é composta pelos trabalhadores da Corpoica, empresa colombiana que promove pesquisa e tecnologia agropecuária para o agronegócio e para a agricultura familiar da Colômbia.
Para o presidente do sindicato colombiano, Luis Segundo Rozo Wilches, a troca de informações com os dirigentes do SINPAF está sendo muito importante e servirá, inclusive, como suporte para o fortalecimento da estrutura do Sinaltracorpoica.
“Já cogitamos a possibilidade de agregar em nossa base outras entidades de pesquisa e tecnologia agropecuária da Colômbia. Dessa forma, criaremos uma organização muito mais forte”, disse o presidente do Sinaltracorpoica, fazendo referencia à estrutura do SINPAF, que possui cinco empresas na base.
Durante esses dias, os sindicalistas colombianos foram recepcionados pelo presidente do SINPAF, Carlos Henrique Garcia; pelo diretor de Ciência e Tecnologia, Paulo Armando de Oliveira; pela diretora de Comunicação, Márcia Cristina de Faria; pelo diretor de Saúde do Trabalhador, Nilson Carrijo; e pelo presidente da Seção Sindical Embrapa Sede, Cláudio Kaminski.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL – Segundo o diretor de Ciência e Tecnologia do SINPAF, Paulo Armando de Oliveira, o encontro em Brasília também pode marcar o princípio de uma organização sindical internacional voltada para os trabalhadores de pesquisa agropecuária. “As oportunidades são muitas”, disse Paulo Armando.
SINDICALISMO NA COLÔMBIA – De acordo com o secretário-geral do Sinaltracorpoica, Oscar Ivan Arbelaez Bocanumenth, a história do movimento sindical na Colômbia tem sido muito violenta. “A Colômbia é o país onde matam o maior número de sindicalistas. Com isso, na década de 80 o nosso movimento sindical diminuiu substancialmente.
Em 2011, no entanto, no governo de Barack Obama, foi lançado o “Plano de Ação Laboral” (PAL), para superar as graves violações aos direitos dos trabalhadores e, também, para que o congresso norte-americano ratificasse o Tratado de Livre Comércio (TLC) que havia sido assinado com a Colômbia, mas que os Estados Unidos não tinham confirmado, por causa de pressões políticas do sindicalismo norte-americano e colombiano, que exigiam melhorias nos direitos dos trabalhadores”, disse Arbelaez.
Segundo o sindicalista colombiano, o TLC foi ratificado pelos Estados Unidos mas o PAL, porém, nunca chegou a sair do papel. “Com a entrada em vigência do TLC, a situação dos trabalhadores se deteriorou ainda mais, pois o rigor contra os sindicalizados ficou maior”.
De acordo com o presidente do SINPAF, Carlos Henrique Garcia, a visita dos sindicalistas colombianos está sendo importante para o compartilhamento de ideias e vivências acerca do movimento sindical entre os dois países.
“A agenda neoliberal tem sido retomada com força em alguns países e isso pode trazer efeitos nocivos para a sociedade, ampliando ainda mais a desigualdade social. Essa cooperação internacional com outros sindicatos é essencial para unificar a luta em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas”, disse Carlos Henrique.