POSIÇÃO DA DIRETORIA NACIONAL DO SINPAF SOBRE O SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
Por: Rogério Rios
A Diretoria Nacional do SINPAF dirige-se à categoria e à sociedade para se posicionar sobre o segundo turno da eleição presidencial.
Desde a sua fundação em 1989, o SINPAF, que é fruto do restabelecimento da democracia e sempre a defendeu, esteve permanentemente ao lado da classe trabalhadora, lutando pelos interesses coletivos da categoria e pela manutenção do caráter público das empresas da nossa base.
Porém, no atual governo federal, passamos a viver uma conjuntura absolutamente anormal, de ameaça constante e sistemática à democracia, tendo por alicerce político-econômico-social e ambiental uma gestão desastrosa para o conjunto da sociedade, especialmente para os segmentos populares e para a classe trabalhadora. O atual presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, é o principal responsável pelo quadro de anomia e erosão democrática em curso no Brasil.
Como desdobramento desse quadro, o tênue Estado de bem estar do nosso país tem sido desmantelado em todas as áreas essenciais para a sociedade brasileira como saúde, educação, ciência e tecnologia, infraestrutura, meio ambiente, segurança e cultura, só para citar alguns exemplos. Além disso, o Brasil retornou ao mapa da fome, com a diminuição do poder aquisitivo da população, da precarização do trabalho, do aumento da informalidade e com a perda de direitos fundamentais.
Para nossa categoria e para as empresas federais da nossa base, Embrapa e Codevasf, as consequências dessa gestão são visíveis e catastróficas. Nossas empresas passaram, nesses últimos quase quatro anos, por cortes e contingenciamentos sucessivos em seus orçamentos, levando-as à quase paralisia de suas atividades, diminuição de direitos, congelamento de salários, aumento da burocracia e controle, falta de transparência, autoritarismo e cerceamento da liberdade de pensamento e manifestação, com a intensificação do assédio moral organizacional. Sem contar a perda de foco, de diretrizes estratégicas e do aparelhamento político dessas empresas. Um verdadeiro caos!
Em oposição à essa situação, durante o governo Lula, Embrapa e Codevasf tiveram melhores condições financeiras, orçamentárias e operacionais para desenvolver suas atividades. Trabalhadores e trabalhadoras conseguiram reajustes salariais, foram implementados planos de cargos e salários e, acima de tudo, os pilares da democracia, liberdade de pensamento e manifestação, eram respeitados. É importante relembrar que o atual diretor-presidente da Embrapa não passou pelo processo interno de seleção, ou seja, foi indicado politicamente pelo governo federal de maneira unilateral e autoritária.
No segundo turno das eleições presidenciais, temos duas alternativas. Consolidar esse estado de barbárie, de autoritarismo, de negacionismo, de ataque aos trabalhadores e seus sindicatos, de destruição das empresas públicas, de devastação dos biomas brasileiros e do aumento da miséria e das desigualdades sociais ou eleger outro governo, democrático, que defenda a retomada do Estado de bem estar, do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, que fortaleça novamente áreas como educação, saúde, ciência e tecnologia, e geração de trabalho e renda.
Por tudo isso, nesse momento de tamanha importância para nossa categoria e para o país, e por entender que a candidatura Bolsonaro-Braga Netto não faz parte do campo democrático, defendendo setores dominantes da nossa sociedade e de viés autoritário, a Diretoria Nacional do SINPAF se posiciona publicamente pelo voto Lula para Presidente no próximo dia 30 de outubro. Essa é uma posição política e não partidária. A candidatura de Lula representa hoje uma ampla frente política em defesa da democracia e do estado de direito. Inclusive, é uma questão de sobrevivência das nossas empresas, do nosso trabalho e do próprio sindicato.
A gravidade do momento exige nosso posicionamento e atuação para eleger Lula Presidente e derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas.
Para finalizar, apoiar a candidatura de Lula não significa subserviência ao futuro governo. Reafirmamos nossa autonomia e independência como sindicato nacional e permaneceremos atentos e vigilantes para continuar a luta em defesa dos direitos coletivos e do caráter público das empresas da nossa base.
Brasília, 18 de outubro de 2022
Diretoria Nacional do SINPAF