Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Mulheres do SINPAF brilham na Marcha das Margaridas

16 de agosto de 2023
Por: Gisliene Hesse

As Margaridas dos SINPAF marcharam nesta quarta-feira, 16/8, pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver. Um grupo composto por mais de 100 mulheres trabalhadoras da Embrapa, Codevasf e Pesagro, de 12 estados e do Distrito Federal, se concentrou no Parque da Cidade. Depois, por volta das 9h da manhã, seguiu para Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu uma cerimônia oficial com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As Mulheres do sindicato participam da mobilização desde a primeira edição, mas desta vez a adesão foi muito maior. E uma novidade do grupo foi a participação de duas agricultoras rurais de Sobral, Ceará, que foram convidadas especiais do SINPAF.  

Para chegar até a Marcha, as margaridas do SINPAF, fizeram parte de duas oficinas preparativas quando foram tratadas a história da Marcha e os eixos temáticos da mobilização, bem como, foi construída a pauta de reivindicações para ser entregue à Embrapa.

Antes da marcha de hoje, as mulheres do SINPAF cumpriram uma agenda apertada em Brasília que contou com: uma sessão solene no Senado Federal em homenagem à Marcha, uma oficina do coletivo Borda Luta (mulheres bordadeiras de luta em Brasília), a entrega de uma pauta de reivindicação à presidenta da Embrapa, Sílvia Massruhá.

A organização das ações para a Marcha contou com a participação de duas diretorias: a diretoria das Mulheres e a de Políticas sociais.

Para a diretora das mulheres do SINPAF, Mirane Costa, o processo de organização foi um desafio.

“Organizar as mulheres a partir das suas demandas e construir uma pauta com elas foi um aprendizado muito grande. Uma das coisas que ficou marcante no período de preparação foi a expectativa da gente se conhecer, da gente poder olhar uma no olho da outra, trocar afetos, conversar, estar próximas”, declarou Mirane.  

Segundo Ilmarina Menezes, diretora suplente da pasta de políticas sociais e cidadania, a reunião das mulheres aqui em Brasília não é algo pontual. “Nós levaremos, no mínimo, consciência”, afirmou. “É a primeira vez que eu participo da Marcha e é um evento grandioso com mulheres das cidades, das águas, das florestas exigindo direitos plenos e lutando para banir as mazelas sociais. Eu acredito que essa construção é contínua, não começa e nem termina com a marcha”, completou.

Convidadas Especiais

Regina Rodrigues de Souza, uma das agricultoras rurais contou que foi convidada para vir à Brasília pela Embrapa de Sobral. Segundo ela, a emoção de fazer parte da Marcha é única. “É a primeira vez que estou na Marcha das Margaridas. Eu ouvia muito falar e tinha curiosidade. Aqui está sendo algo fantástico. É uma alegria muito grande eu estar aqui, porque nós da agricultura familiar precisamos dos nossos direitos”, comentou Regina.

Além dela, a agricultora rural Silviane da Silva Coelho, disse que não consegue expressar em palavras o que significa tudo isso para ela. “Você sair do Ceará para um lugar que você nunca veio e estar sendo acolhida, abraçada por todas essas mulheres do SINPAF, não existem palavras para eu dizer, completou Silviane.

Políticas anunciadas pelo governo

Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou medidas voltadas para as trabalhadoras rurais, entre elas, um plano emergencial de reforma agrária, que irá priorizar as mulheres no processo de seleção. Lula também lançou o Pacto Nacional de Prevenção ao Feminicídio.

“É preciso criar uma cultura de respeito no campo e nas cidades. Não toleramos mais discriminação, misoginia e violência de gênero. Não podemos conviver com tantas mulheres sendo agredidas e mortas diariamente dentro de suas casas”, disse.

O presidente assinou ainda um decreto que retoma o pagamento da Bolsa Verde, um benefício para famílias de baixa renda que vivem em áreas a serem protegidas ambientalmente. O pagamento por família passa de R$ 300 para R$ 600.

O governo também definiu que serão criados 10 mil quintais produtivos para agricultoras, que terão acesso à insumos, equipamentos e utensílios. Até 2026, o governo pretende criar 90 mil áreas do tipo.

Leia mais