Falta de pessoal na Embrapa Agrossilvipastoril sobrecarrega trabalhadores/as e pode prejudicar sociedade mato-grossense
Por: Rogério Rios
Trabalhadoras e trabalhadores da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop-MT, enviaram uma carta para a gestão da empresa, por meio da qual pedem socorro devido à sobrecarga de trabalho causada pela falta de pessoal na unidade. O local, que já chegou a ter 90 empregados em 2014, atualmente conta apenas 63 trabalhadores/as.
De acordo com elas/es, o limite da capacidade de serviço da unidade já foi extrapolado e já caminham para um colapso total, pois estão 30% aquém da força de trabalho que seria necessário. Pois, conforme informações da carta, pelo volume de projetos em andamento e em estudo e atividades rotineiras, seriam necessárias aproximadamente 180 pessoas trabalhando no local.
No documento, os empregados da unidade dizem que estão “caindo um a um, restando aos que ficam as atribuições que eram dos que partiram.” De acordo com o assistente da Agrossilvipastorial, Diogo Alves da Silva, “programas de demissões voluntárias, transferências de pessoas necessárias à unidade e a falta de concurso público são os principais motivos da desmobilização do pessoal.”
A Embrapa não faz um grande concurso público para assistentes, técnicos, analistas e pesquisadores desde 2009/10, quando foram contratados 50 empregados para a Agrossilvipastoril. Destes, somente 29 permanecem na unidade. Apenas 2 saíram no Programa de Demissão Incentivada (PDI), realizado pela empresa entre 2019 e 2020, no qual foram desligados aproximadamente 1.300 empregados em todo o Brasil.
A redução do quadro de pessoal tem causado adoecimento, afastamentos médicos e desmotivação das/os trabalhadoras/es devido à sobrecarga de trabalho e execução de horas extras recorrentes.
Contudo, a sociedade do Centro-Oeste, do Mato grosso e de Sinop também seguem prejudicadas com o problema, “pois a Embrapa teve e tem grande importância para a produção de grãos, sendo pioneira em grande parte das tecnologias que contribuem para a região.”
Ainda conforme a carta, além do Agronegócio, pequenos agricultores, agricultores familiares e assentados da reforma agrária da região também são beneficiados com as tecnologias produzidas pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras da Embrapa.