Embrapa usa videoconferência para desinformar a categoria
Por: Rogério Rios
A Diretoria de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa fez uma videoconferência relâmpago no YouTube, alegando que o objetivo era tirar dúvidas dos trabalhadores e trabalhadoras quanto à questão do abate-teto.
Se o objetivo era informar e tirar dúvidas, a diretoria prestou um desserviço ao apresentar informações que não são verdadeiras aos ouvintes da videoconferência.
Começou afirmando que a ação judicial sobre o abate-teto já teve decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o que não procede, pois, a decisão até o momento foi no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Ou seja, os recursos jurídicos ainda não foram esgotados e não existe, portanto, uma decisão definitiva acerca desse assunto.
Sendo assim, o SINPAF já recorreu ao TST para tentar reverter a decisão de segunda instância, dada pelo TRT. É importante destacar que o Sindicato continua buscando o judiciário para defender a categoria e que a luta ainda não acabou!
Interessante que a diretoria da empresa faça uma videoconferência para informar, sem, contudo, deixar que as pessoas se manifestem. O bate-papo do chat foi desativado, de forma que os trabalhadores e trabalhadoras não conseguiram formular perguntas e efetivamente tirar dúvidas. Ou seja, a única finalidade da videoconferência foi fazer uma pressão indireta ao informar que dia 31/08 será a data final para fornecer à Embrapa os valores percebidos a título de aposentadoria.
O SINPAF mantém sua orientação de que esses valores não sejam informados à Embrapa, pois, como dito, os recursos ainda não foram finalizados. Por outro lado, é importante lembrar que aqueles que informarem terão descontos efetivados no contracheque e, em caso de vitória do Sindicato no TST, é grande a possibilidade de os valores descontados serem devolvidos pela empresa por meio de precatórios, trazendo mais prejuízo à categoria.
Na impossibilidade de terem suas perguntas respondidas pela nova diretoria, o SINPAF usa esse espaço para dar voz aos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa questionando a empresa nos seguintes termos:
- Por que a Embrapa quer deduzir dos salários a serem pagos os benefícios recebidos do INSS que não representam salários?
- Se a empresa contribui com 50% do valor das contribuições do INSS, e os outros 50% foram pagos pelos trabalhadores e trabalhadoras, porque a Embrapa descontaria 100% dos benefícios recebidos do INSS?
- Porque a Embrapa continua descontando mensalmente o INSS se isso não trará nenhum benefício adicional aos aposentados que continuam na ativa?
- Por que a Embrapa tem pressa em seguir uma recomendação da CGU quando tem outras determinações que não são por ela cumpridas?
Essas e outras são as perguntas que as pessoas não puderam fazer à diretoria da empresa. Nada foi realmente esclarecido.
Essa postura pouco transparente da diretoria da Embrapa não levará a empresa a lugar nenhum. O SINPAF, por sua vez, continuará lutando para defender a categoria. A Luta continua. Por uma Embrapa Pública, Democrática e Inclusiva.