SINPAF exige medidas mais efetivas após Gestão Moretti emitir deliberação medíocre face à Ômicron
Por: Rogério Rios
Na última terça-feira, 11 de janeiro de 2022, a Embrapa soltou uma nova modificação da Deliberação 33, que trata sobre a forma de trabalho diante da pandemia da Covid-19. No novo texto, a Diretoria Executiva da empresa busca justificar as mudanças devido à Ômicron, mas descentraliza a responsabilidade das medidas para as Chefias das Unidades e emite orientações frágeis e subjetivas, que não protegem contra a contaminação da nova variante.
Já no primeiro item modificado pela deliberação, a empresa diz que a Chefia da Unidade poderá “optar” por afastar as trabalhadoras e trabalhadores que tiverem contato com alguém do ambiente de trabalho contaminado pela doença. Esse termo deixa a critério do chefe local o afastamento ou não da pessoa que teve contato com o doente, quando essa deveria ser uma determinação.
Além disso, os critérios para definir os tais ‘contatantes’ da Covid são burocráticos, criando dificuldade para que o/a trabalhador/a prove o contato com um contaminado. A deliberação, se é que mostra alguma preocupação da Gestão Moretti com a saúde de seus/suas trabalhadores/as, deveria facilitar a tomada de medida de contenção da transmissão do vírus nas unidades, indicando o teletrabalho e o revezamento a todos aqueles que possam ter sido atingidos pela doença naquele ambiente.
O motivo é que a Ômicron, como qualquer outra cepa da Covid-19, é transmitida pelo ar e não somente por contato direto. Só que ainda pior, pois a taxa de transmissibilidade é muito maior que suas antecessoras, de acordo com estudos realizados até o momento.
Quando começou a pandemia do Coronavírus, em 2020, a taxa básica de contaminação era de 2,69. Ou seja, cada infectado transmitia para quase outras 3 pessoas. Com a variante Delta, esse número subiu para 5. E agora, com a Ômicron, cada doente transmite para outras 7 pessoas.
Outro erro do comunicado da Embrapa é não considerar que, junto à nova variante do Coronavírus, no Brasil, está a nova cepa da Influenza (H3N2), que tem se aliado ao surto da Covid-19, e pode agravar o quadro de quem se contamina, promovendo ainda mais risco à saúde dos/as trabalhadores/as.
Mas, devido à submissão da Gestão Moretti ao Governo Federal, contrário a todas as medidas indicadas pela Ciência contra o Coronavírus, a diretoria executiva da empresa age com irresponsabilidade diante do quadro atual, o que tenderá a aumentar exponencialmente a contaminação da doença no interior da Embrapa.
As trabalhadoras e trabalhadores precisam estar mais protegidos dessa doença para continuarem a exercer suas funções com tranquilidade e segurança. Por isso, o Sindicato quer medidas mais efetivas e urgentes no ambiente de trabalho.
Queremos o imediato retorno da formação dos grupos de teletrabalho e de revezamento na Embrapa!!!
O SINPAF continua em defesa da vida, para proteger a saúde das trabalhadoras e trabalhadores.