Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

SINPAF participa de audiência pública no Senado sobre a dependência do Brasil na importação de fertilizantes

26 de maio de 2022
Por: Rogério Rios

O SINPAF participou da audiência pública interativa para debater os impactos econômicos da dependência do Brasil na importação de fertilizantes e possíveis soluções. A reunião ocorreu na terça-feira (24), no Senado Federal.

Quem promoveu o debate foi a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que tem a finalidade de interpretar tendências, apontar possíveis caminhos e discutir eventuais soluções pelo compartilhamento de informações macroeconômicas e avaliações setoriais. O proponente do debate, o senador Jaques Wagner (PT-BA) alegou que, nas circunstâncias atuais, a compra de fertilizantes ao exterior, especialmente da Rússia, terá forte impacto sobre a economia brasileira, em especial sobre a agricultura, podendo afetar a soberania e a segurança alimentar do Brasil.

De acordo com o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, ao longo dos últimos 30 anos, o Brasil se converteu em uma potência agrícola com a produção de até três safras anuais. Isso acontece por meio da utilização constante de fertilizantes químicos. “Em 2020, mais de 80% dos produtos para fertilizar o solo foram importados, evidenciando um elevado nível de dependência externa de um mercado dominado por poucos fornecedores”, ressaltou. 

Para o sindicalista essa dependência deixa a economia brasileira vulnerável às oscilações do mercado internacional, o que pode ser resolvido com políticas públicas e incentivo à pesquisa. “O Brasil tem recursos que poderão suprir parte dessa demanda. Prova disto foram os resultados obtidos pelo projeto de aproveitamento do xisto agrícola, desenvolvido por uma parceria entre Embrapa e Petrobras”, explicou Marcus Vinicius.

“É necessário fazer investimento público em alternativas tecnológicas para redução desta dependência. Investindo na produção de fertilizantes orgânicos, em pesquisas, em infraestrutura e logística de empresas públicas como a Embrapa, que tem capacidade técnica para reduzir essa dependência”, concluiu. 

Também participaram do debate representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP), representantes dos Ministérios da Agricultura, da Economia, das Relações Exteriores, da Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), da Petrobras, além de entidades do setor de óleo e gás natural, biocombustíveis, açúcar e álcool e adubos.

 

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