Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Saiba aqui o que está acontecendo na 24ª Plenária Centro-Oeste do SINPAF

7 de maio de 2022
Por: Rogério Rios

Neste sábado (7), delegados sindicais, palestrantes e convidados participam da 24ª Plenária Centro-Oeste para debater ações e temas que afetam a categoria e a sociedade, como a conjuntura econômica brasileira, a política de privatização das empresas públicas e a negociação coletiva e saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.

O presidente da plenária, Antônio Carlos Conte, diretor regional Centro-Oeste do SINPAF, abriu a sessão homenageando as vítimas da Covid-19. Logo após, com participação dos presentes, o presidente da Seção Sindical Goiânia, Waltterlenne Englen, foi eleito secretário da mesa.

CONJUNTURA SINDICAL E POLÍTICA

O movimento sindical precisa trabalhar junto com os movimentos sociais, como grupos de bairro, de acordo com a secretária de mulheres da CUT/DF, Thaísa Magalhães. Ela foi uma das convidadas da plenária e fez uma breve análise da conjuntura política atual do país relacionando essas questões à luta sindical.

Para a professora de história, estamos vivendo um momento complicado de retrocessos sociais e perdas de direitos. “Temos pouca experiência com democracia. Comparada a outros países da América Latina e outros países europeus, nossa democracia é muito frágil e sempre esteve ameaçada por essa elite rural, do capital especulativo, e isso se reflete muito nas nossas relações de trabalho”, afirma.

Ela reforça a ideia de diálogo e de luta conjunta entre sindicatos, sociedade e “é necessário extrapolar as portas dos sindicatos, ter diálogo com a sociedade para explicar que se continuarmos com a grande elite no poder, continuaremos com a mesma política de exclusão e desigualdade”.

Corroborando com a fala da secretária da CUT, o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, mencionou que a lógica do atual governo é inversa, pois prioriza os ricos e bilionários. Para ele toda a ação desta gestão federal é em função de desregulamentar a constituição e “desmontar o que resta das políticas públicas”.

Para o presidente do SINPAF, a atual direção da Embrapa está em consonância com esse governo, no sentido de dar prioridade aos projetos da agricultura de exportação, das commodities em detrimento da agricultura familiar. “Hoje a Embrapa não se relaciona com os problemas que a sociedade tem atravessado nos últimos anos, como o aumento da fome no Brasil e a queda nas linhas de crédito para agricultura familiar”, aponta.

Na sequência do debate alguns delegados se pronunciaram. Igor Alexandre, presidente da Seção Sindical Pantanal, argumentou que deve haver uma manutenção periódica de ações dos sindicatos. Ele defendeu a ampliação das lutas com ações mais concretas. “Só conseguimos envolvimento quando a gente constrói articulações”, completa.

Scheila Fogaça, da Seção Sindical Embrapa Sede, questionou sobre organização popular vinda do desejo de mudança e de como a CUT está se organizando nesse ano de eleição, com pouquíssimo tempo.

Thaísa respondeu dizendo que espaços de integração podem ser criados, como por exemplo a promoção de conversa entre os trabalhadores da Embrapa e agricultores familiares para gerar uma luta de interesses comuns.

AÇÕES JURÍDICAS

O Diretor Jurídico do SINPAF, Adilson F. Mota, informou sobre as diversas ações jurídicas que a Diretoria Nacional executou desde o começo da gestão, no final de janeiro de 2020. Entre os exemplos, estão processos para manutenção do teletrabalho e revezamento na pandemia, contra a aposentadoria compulsória para quem tem acima de 75 anos, sobre erros na folha de pagamento da Embrapa, entre outras.

Segundo o dirigente, “as ações jurídicas movidas pelo Sindicato também fazem parte das mobilizações políticas para garantir e resguardar direitos.”

O delegado da Seção Sindical Cenargen, Nilson Carrijo, pediu informações quanto à possibilidade de ação para barrar que o plano de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa, a Casembrapa, seja transformado em plano de mercado. Adilson disse que a Diretoria Nacional do SINPAF já está trabalhando nisso.

Outra dúvida, do delegado da Seção Sindical Embrapa Sede, José Amauri, foi quanto às sobreposições de ações jurídicas entre a Diretoria Nacional e as Seções Sindicais. O diretor jurídico explicou que algumas ações abertas por ambas instâncias do Sindicato também podem ser consideradas estratégicas.

“Não há a possibilidade das ações da Seções passarem pelo crivo da DN, não temos controle de todo processo aberto nas seções sindicais do SINPAF, em todas as regiões do País. Mas algumas situações precisam ser analisadas caso a caso, assim como outros momentos nós incentivamos que as Seções também promovam suas ações”, concluiu Adilson F. Mota.

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