Neste sábado (25), a 25ª Plenária Regional Sul do SINPAF trouxe para o debate com seus delegados os desafios enfrentados pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores com a Embrapa. Entre eles, a terceirização dos assistentes, a reestruturação da empresa e assuntos que refletem nas saúde do trabalhador e no plano de saúde.

Ao final da discussão foi definido um encaminhamento para produção de uma Carta Aberta na qual as delegadas e delegados pedem o “Fora Moretti” da presidência da Embrapa. Também foi proposto um calendário de ações de lutas.    

PLANO DE SAÚDE

O representante dos trabalhadores e trabalhadoras no Conselho de Administração da Casembrapa (Cad), Felipe Pilger, que também é delegado na Região Sul pela Seção Sindical Passo Fundo, apresentou algumas ações que intermediou com o plano de saúde.

Para Pilger, a discussão com a nova administração do plano de saúde sobre a reforma do estatuto está entre os desafios que chegam para os representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores. Ele reforçou que a proposta é rejeitar a mudança do estatuto como está apresentada no momento. Entre as justificativas para isso, Felipe Pilger citou, por exemplo, a inclusão dos custos com o salário dos diretores para o bolso dos/as trabalhadores/as, que atualmente é custeado pela empresa, e que acredita que pode passar de R$ 1 milhão por ano.

O Conselheiro também foi contra o reajuste do Plano de Saúde como foi apresentado. Para ele, não é possível um reajuste de mais de 20% quando os salários estão defasados em cerca de 25%.

Outras ações acatadas sob intervenção dos representantes dos/as trabalhadores/as no Cad foram a redução dos juros das dívidas para 0,5% para o parcelamento de dívidas, para prevenir que acarretem em dívidas para as/os trabalhadoras/as, bem como também contribuiu para a provação de parcelamento de coparticipação.

Felipe Pilger informou que estão fazendo busca ativa de titulares para negociação de dívidas.  E pediu a colaboração das Seções Sindicais para contato com esses colegas, quando necessário, afim de impedir que esses/as trabalhadores/as percam seus planos de saúde.

ADOECIMENTO DA CATEGORIA

Mirane Costa, que é diretora Regional Centro-Oeste e presidenta da Seção Sindical Embrapa Sede, foi convidada para expor as ações administrativas que ocorreram na sede da empresa, em Brasília-DF, e que estão acarretando no adoecimento das pessoas.

De acordo com a sindicalista, a implantação do sistema ERP/SAP, além de ter custado muito recurso público, também custou a saúde dos/as trabalhadores/as. “Esse sistema é a menina dos olhos da diretoria executiva da empresa, mas promoveu um verdadeiro retrocesso dos processos e retrabalho para os empregados”, afirmou.

Para ela, a reestruturação promovida pelo Transforma Embrapa também prejudicou a saúde das trabalhadoras e trabalhadores na Sede da Embrapa, aliada a outras pressões ocasionadas por ações administrativas como abate-teto dos aposentados e a demissão compulsória dos empregados com mais de 75 anos.

“Precisamos pensar na melhor estratégia para enfrentar tudo isso e a primeira coisa que temos a fazer é continuar acreditando no Sindicato, que é que vai reverter essa situação. Também precisamos encontrar um caminho para questão dos nossos problemas, articulados com outros segmentos da sociedade e categorias e buscar uma outra visão de mundo, já que o mundo do trabalho mudou e o sindicato vai ter que mudar, assim como virá uma reforma sindical na qual precisaremos debater”, finalizou Mirane Costa.

EMBRAPA PÚBLICA, DEMOCRÁTICA E INCLUSIVA

O presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, criticou o processo de reestruturação da Embrapa que, de acordo com ele, chegou para legitimar a captura da pesquisa pública pelo privado.

“A Embrapa está sendo disputada por setores do agronegócio constantemente e é ele que dá o tom do processo. Por isso, defendemos o revogaço de todo esse processo”, afirmou Vinicius.

De acordo com o presidente, o SINPAF levanta a bandeira e de uma Embrapa pública, democrática e inclusiva.

“A empresa tem que voltar a ser do povo brasileiro, para que sirva para toda a sociedade. Pode servir à soja, pode, mas não pode servir só a ela. É preciso enfrentar essa cultura da casa-grande, autoritária, machista e racista”, concluiu.

Convênio com Diesat

Marcus Vinicius também anunciou um convênio que o SINPAF está fechando com o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), que contemplará todas as Seções Sindicais do SINPAF com seus serviços.

A missão do Diesat é assessorar os sindicatos na busca por Direitos e Políticas Públicas em Saúde, Seguridade Social, Trabalho e Meio Ambiente, através de informações, estudos e pesquisas.

O departamento está com inscrições abertas para o curso Trabalho e Saúde no Brasil: contexto histórico, práticas e políticas, que será promovido em todas as regiões brasileiras.

Conheça a proposta e os eixos do curso e faça sua inscrição: https://diesat.org.br/2022/08/formacao/trabalho-e-saude-no-brasil/

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

A Plenária Sul destinou, ainda, uma mesa para que as sete Seções Sindicais da Região Sul relatassem suas conquistas e desafios nas unidades onde estão lotados os trabalhadores e as trabalhadoras de base.

Um consenso nos relatos é a dificuldade de filiação, principalmente daqueles que não acompanharam a luta das conquistas dos direitos previstos no ACT, que foram conquistados pelo SINPAF.

A maioria das falas dos delegados convergiu para a necessidade de mostrar aos trabalhadores/as que não são filiados/as a importância que tem o sindicato para a empresa e para conquista e manutenção de direitos.

DÚVIDAS JURÍDICAS

Na última mesa do dia, os diretores Jurídicos do SINPAF, Adilson F. da Mota e Diego Viegas, esclareceram dúvidas jurídicas que surgiram ao longo dos debates do dia como, por exemplos, a unicidade sindical e o regimento interno das Seções Sindicais.

A analista jurídica da Diretoria Nacional do SINPAF, Lilianne Galvão, explicou que alguns regimentos internos das Seções Sindicais replicam uma estrutura muita extensa e que as mesmas podem ser reduzidas de acordo com previsão estatutária.

“A estrutura mínima prevê 6 diretores e 6 membros do Conselho Fiscal, e é preciso identificar se há cláusula exigindo quórum qualificado para alteração do regimento”, afirmou Lilianne.

As Seções Sindicais que estiverem com dificuldade no preenchimento dos cargos para a estrutura atual da Seção podem contactar o Jurídico da Diretoria Nacional do SINPAF.

Assista ao vídeo no 1º dia: