Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Os riscos das indicações meramente políticas nas empresas públicas

30 de janeiro de 2023
Por: Larissa Sarmento

Em todo início de governo, é comum a ansiedade e a expectativa de empregados públicos na espera pela nomeação dos diretores das estatais. E não poderia ser diferente nas empresas de nossa base, principalmente nesse momento em que na Embrapa segue o desmonte e na Codevasf continuam surgindo denúncias de corrupção.

Para evitar os estragos causados pelas desastrosas gestões que ainda seguem nas direções da Embrapa e da Codevasf – gestões essas que são responsáveis pelos péssimos climas organizacionais internos, desgaste da imagem das empresas e danos à sociedade brasileira -, é preciso que o atual governo esteja atento às verdadeiras funções dessas estatais.  

No caso da Embrapa, com a Gestão Moretti, houve um total desmonte da estrutura física e humana necessárias para a realização da pesquisa, com cortes orçamentários, sucateamento das unidades e a desvalorização de trabalhadoras e trabalhadores. Além da implantação de projetos que terminam por favorecer a privatização desta estatal, que é tão importante para a segurança e soberania alimentar dos brasileiros. 

A Terceirização do cargo de assistente da Embrapa é mais um exemplo desse desmonte. Essa decisão, que foi tomada recentemente pela atual Diretoria Executiva, só reforça a precarização do trabalho e consequentemente da pesquisa agropecuária no Brasil. 

Na última gestão da Codevasf,  que tem como missão original a realização de projetos de irrigação, e ações de desenvolvimento regional na sua área de atuação, foram deflagradas fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e irregularidades por intermédio de emendas parlamentares do Orçamento Secreto.

O SINPAF volta a destacar a importância de uma lista de critérios para que essa escolha de presidentes e diretores seja feita. Entre os pontos importantes estão: ser funcionário do quadro próprio da empresa e comprometido com a agenda do novo governo e deter um nível de conhecimento técnico, científico e político das ações das empresas.

O Sindicato aguarda a destituição imediata de todas as diretorias da Embrapa e da Codevasf, e a nomeação de pessoas realmente compromissadas com a democracia, com o fortalecimento das empresas públicas e com o respeito a classe trabalhadora e ao meio ambiente, pondo fim às indicações com interesses meramente políticos.

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