Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Organização sindical, empresas públicas e saúde do trabalhador são temas na manhã da Plenária Regional Nordeste

14 de maio de 2022
Por: Rogério Rios

Após escolha dos membros da mesa e as homenagens às vítimas da Covid-19, a 29ª Plenária Regional Nordeste do SINPAF focou na conjuntura política e sindical e situou as empresas públicas da base do Sindicato nesse processo, na manhã deste sábado, 14 de maio.

A presidenta da CUT-BA, Maria Madalena de Oliveira, explicou sobre a pauta do movimento sindical e como os discursos das entidades devem ser elaborados para dialogar com a sociedade brasileira. De acordo com a sindicalista, é preciso “romper a bolha de cada segmento e fazer com que nossa pauta seja da sociedade como um todo, assim como buscar eleger um Congresso Nacional melhor, para que possa debater essas pautas.”

“Vamos continuar nossa luta na defesa das empresas públicas, não é só para benefício dos seus trabalhadores e trabalhadoras, mas para o cidadão, que não tem outras condições e precisa do serviço público,” concluiu Maria Madalena.

Para o presidente do SINPAF, Marcus Vinicius Sidoruk Vidal, o atual governo promove desconstrução de políticas públicas de forma a inverter a lógica do serviço público em benefício da elite brasileira e citou como exemplos o desmonte da Embrapa e o aparelhamento da Codevasf e os escândalos de desvio de dinheiro que têm sido divulgados na imprensa. “Dessa forma eles começam a desviar a missão das nossas empresas públicas, aparelhando as instituições, e promovendo desmonte, cada uma de uma forma diferente, mas com intuito de desestatizar, fragilizar e privatizar as empresas,” explicou Marcus Vinicius.

A presidenta da Seção Sindical Montes Claros, Vera Lafetá, que está entre os delegados que representam os/as trabalhadores/as da Codevasf, questionou sobre como o SINPAF pode atuar para seus empregados da empresa, já que os responsáveis pelo problema são gestores indicados politicamente pelo atual governo do País.

Em resposta, o presidente do SINPAF sugeriu para o plano de lutas, previsto para ser criado ao final da Plenária, que seja criada uma campanha em defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores da Codevasf, de forma a dialogar com a sociedade em busca de apoio contra esse desmonte, que a empresa vem sofrendo em prol de uma ala política que apoia o governo.

SAÚDE DO TRABALHADOR

A diretora responsável pela pasta de Saúde do trabalhador do SINPAF, Alexandra Wickboldt Hellwig, situou os participantes sobre as mudanças no foco da saúde do trabalhador, que após a pandemia passa a se preocupar mais com a saúde mental do que com a saúde física dos/as trabalhadores/as.

Ela também tratou sobre a diferença de ações do Sindicato entre as empresas da base, principalmente da Embrapa e da Codevasf, para a proteção dos/as trabalhadores/as ao longo da Pandemia da Covid-19, quando foi possível negociar administrativamente com a Embrapa e as dificuldades de diálogo com a Codevasf sobre o problema. Em ambos os casos foi preciso acionar a justiça do trabalho para que medidas de proteção fossem executadas, de acordo com Alexandra.

Já representante da Comissão Permanente de Prevenção e Combate ao Assédio Moral da Embrapa (CPPCAM), Mirane Costa, apresentou informações sobre o assédio moral institucional, que ainda é prática recorrente na empresa.

Antonio Wilson Lelis, delegado pela Seção Sindical Bom Jesus da Lapa, representando os/as trabalhadores/as da 2ª Superintendência Regional da Codevasf, disse que o maior problema, atualmente, é a sobrecarga de trabalho devido ao aumento de Superintendências e das regiões atendidas pela empresa.

“Além disso, as denúncias de corrupção que pressionam os trabalhadores, pois a sociedade não diferencia o superintendente indicado, pelo político que indicou, com apoio do presidente. Nós empregados precisamos ficar nos explicando,” falou Antônio Lelis, que também sugeriu um estudo sobre os problemas na empresa e uma campanha em defesa dos trabalhadores da Codevasf.

Cicero Lio, delegado pela Seção Sindical Embrapa Petrolina, sugeriu também a realização de um Seminário de Saúde do Trabalhador para se discutir com mais profundidade sobre o assunto dentro das empresas da base.

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