Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário

Mulheres da Embrapa defendem saída da atual diretoria em ato no Palácio do Planalto

10 de março de 2023
Por: Camila Bordinha

Texto: Seção Sindical Embrapa Sede

E durante Plenária das seções do Cento-Oeste, um dos pontos principais foi a campanha Fora Moretti que começa a ser implementada

Presidente Lula, a democracia ainda não chegou na Embrapa! Foi segurando uma faixa com este slogan que as mulheres das seções sindicais Sede, Amazonas, Solos e Cerrados participaram do ato no Palácio do Planalto, no dia Internacional das Mulheres, 8 de março. Na cerimônia, o presidente Lula anunciou um pacote de projetos para melhorar as condições sociais das brasileiras, com mais igualdade de salários, cota de vagas em empresas para mulheres em situação de violência e mais dignidade. Para as trabalhadoras da Embrapa, a empresa não pode completar 50 anos com uma diretoria alinhada a um projeto de governo que, nos últimos quatro anos, lutou contra os direitos das mulheres, dos povos indígenas e quilombolas, incentivando a violência doméstica e no campo.

 “Não aceitamos continuar com uma Diretoria-Executiva não alinhada à pauta de um governo democrático que chegou e um Consad que não representa o conjunto da sociedade, principalmente os segmentos produtivos do campo que a Embrapa tem de atender”, afirma a presidenta da Seção Sindical Sede, Mirane Costa.

Para Andréa Matos, da Seção Sindical Solos, participar do ato no Palácio do Planalto, como liderança sindical e de mulheres negras do Rio de Janeiro, foi um momento único na sua história. “Na Embrapa, porém, é preciso avançar em relação aos direitos humanos. Não podemos permanecer fora da transição. Se o presidente Celso Moretti não respeitou o estatuto das estatais quando assumiu, pois não passou por processo seletivo, sendo indicado pela então ministra da Agricultura, não há necessidade de sua permanência. A fome tem pressa e a empresa precisa estar sintonizada com os projetos do novo governo”, destacou.

Para Simone Alves, da Seção Sindical Amazonas, a faixa aberta no Planalto traduziu a angústia das trabalhadoras com relação ao silêncio de uma transição que não acontece. “Estamos vivendo sob uma gestão anterior, com todos os desmandos acontecendo como o abate teto, o retorno ao trabalho presencial, inclusive de pessoas sem condições de saúde, o despejo das seções sindicais de seus espaços de funcionamento. O silêncio e a ausência de mudanças são angustiantes. Não vimos mudanças na estrutura da empresa, apesar da vitória do governo Lula”, lamenta.

Além de protestarem no Palácio do Planalto contra a morosidade da transição na Embrapa, as trabalhadoras participaram, no mesmo dia à tarde, do ato político unificado nas ruas do DF. Para Maria Cristina Rocha Cordeiro, da Seção Sindical Cerrados, a presença do Sinpaf se somando às lutas das mulheres dos movimentos sociais do Brasil é fundamental.

Plenária Centro-Oeste

A permanência da Diretoria-Executiva alinhada com políticas de um governo passado é um entrave na luta das mulheres da Embrapa pelo fim do assédio moral, pela igualdade de direitos e respeito à diversidade. Mudar essa realidade, transformando o ambiente de trabalho em um espaço de respeito e dignidade foi uma das pautas da Plenária Centro-Oeste do Sinpaf, realizada, nos dias 4 e 5 de março, no município de Bonito (MS).

Na plenária, as mulheres das seções sindicais do Centro-Oeste promoveram amplo debate sobre suas realidades no ambiente de trabalho, caracterizadas pelo assédio moral e sexual, falta de respeito pelas chefias, sofrimento psicológico, dominação masculina nos espaços de falas e de participação. “A Embrapa é um homem branco machista”, concluíram.

“A Plenária Centro-Oeste foi um importante espaço de encontros, reflexões e encaminhamentos e ocorreu justamente no mês de celebrações do Dia Internacional das Mulheres”, disse Alessandra Rivera, da Seção Sindical Cerrados. No primeiro dia do evento, foi realizada uma mística onde foram celebradas as conquistas, mas também uma análise de conjuntura com o olhar feminista. No segundo dia, foi elaborada uma pauta de mulheres com o objetivo de ser replicada em todas as unidades. “Nossa pauta tem de ser ampla e específica, feminista e revolucionária, e principalmente aglutinadora das trabalhadoras da Embrapa na luta por uma empresa democrática, pública e inclusiva”, finalizou.

FORA MORETTI

A campanha FORA MORETTI começa a ser implementada pelo SINPAF nos próximos dias junto às trabalhadoras e trabalhadores da empresa. Essa também foi uma das pautas prioritárias da Plenária Centro-Oeste.

“A campanha é sinônimo de Fora Diretoria-Executiva e Consad, instâncias representadas atualmente por pessoas que não são a favor da vida, da Embrapa viva e inclusiva. Não podemos completar 50 anos com uma diretoria alinhada à outro projeto de País”, finaliza a presidenta da Seção Sindical Sede.

Assista o vídeo das mulheres na Plenária Centro-Oeste:

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